A placa tectônica da Austrália, que se move continuamente para o nordeste e gira levemente no sentido horário, é uma das mais rápidas do mundo, movendo-se aproximadamente 7,6 centímetros por ano. Este movimento rápido apresenta várias implicações que os pesquisadores têm acompanhado de perto.
Uma consequência do movimento da placa australiana é o seu efeito nos serviços de localização precisa (GPS), que são impactados pelos dados acumulados ao longo do tempo. É fundamental que especialistas monitorem essas mudanças para garantir que as tecnologias sejam atualizadas e não sofram efeitos adversos.
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O resultado é que “alguns países são mais estacionários do que outros”, diz Damien Saunder, diretor de cartografia da National Geographic. “Quando há uma mudança significativa nas massas de terra ao longo do tempo, precisamos revisar os modelos da Terra a partir dos quais as coordenadas do GPS são calculadas, para que, por exemplo, seu vizinho não acabe com suas coordenadas antigas.”
Esse tipo de transformação está ganhando maior destaque à medida que os sistemas de GPS se tornam mais precisos. A tecnologia mais sofisticada atualmente consegue identificar locais com uma precisão de centímetros. Ainda que a maioria dos dispositivos móveis comuns não possua esse grau de exatidão (por enquanto), essa tecnologia está sendo empregada de outras formas, como por agricultores que realizam pulverização de campos com agricultura de precisão e veículos autônomos. Por isso, os cientistas têm que monitorar constantemente esse movimento acelerado da placa australiana.
As placas tectônicas, que compõem a crosta terrestre, podem ser encontradas tanto em áreas continentais quanto no fundo do oceano. Elas passam por constantes mudanças ao longo do tempo. Em 1912, Alfred Wegener propôs a teoria da deriva continental, sugerindo que há 200 milhões de anos, as placas estavam unidas em um único supercontinente chamado Pangeia. No entanto, mesmo antes dessa teoria, Abraham Ortelius, em 1596, especulou que América e África já foram conectadas à Europa, e o Brasil à África. Evidências que apoiam essa ideia foram acumuladas ao longo do tempo.
A tensão resultante da atividade no interior da Terra pode fazer com que as placas colidam ou se afastem umas das outras. O impacto desse movimento é responsável por fenômenos como terremotos, maremotos, tsunamis e atividade vulcânica, incluindo a liberação de magma do interior da Terra.
Em 1967, Harry Hess e Robert Dietz introduziram a teoria da tectônica de placas para explicar as mudanças que ocorreram ao longo das eras. Hoje, a placa australiana é diretamente impactada pelo movimento das placas circundantes, principalmente a placa do Pacífico.