Irritado com o descaso de uma companhia aérea e de uma empresa de logística que se recusavam a dar respostas sobre uma mala extraviada, um passageiro inglês agitou as redes sociais expondo as empresas e o rastreamento da bagagem, mostrando o tortuoso caminho da mala, que teria passado até “por uma igreja ou casa de massagens”, em Londres.
A história de Elliot e Helen Sharod começou em 17 de abril, quando eles voltavam do tão sonhado casamento realizado na África do Sul. Preocupado com a verdadeira maratona aérea pela Etihad (Joanesburgo-Abu Dhabi-Dublin-Londres), Elliot resolveu comprar, para cada uma de suas três malas, Airtags da Apple monitorados por Bluetooth.
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Lançados há um ano, esses Airtags são pequenos o suficiente para serem escondidos em uma mala. Uma vez conectados a um dispositivo da Apple, podem ser rastreados até sua localização com precisão de poucos metros. No modo “perdido”, emitem sinais que podem ser captados por qualquer aparelho Apple nas proximidades, permitindo que o objeto ‘tageado’ seja devolvido ao proprietário. Assim, qualquer usuário de iPhone passando pela mala extraviada de Helen poderia alertá-la sobre sua localização.
Os problemas do casal Sharod começaram quando, devido à pandemia, o voo Abu Dhabi-Dublin foi cancelado e criada uma parada extra em Frankfurt, na Alemanha. Ali, os dois embarcaram em um voo da Aer Lingus Frankfurt-Dublin-Londres. Apesar terem chegado à Alemanha, as malas não foram no mesmo voo que Elliot e Helen para a Irlanda e nem chegaram a Londres. O pessoal da Aer Lingus garantiu que as encaminharia para o endereço do casal, em Surrey, arredores de Londres, o que de fato aconteceu na noite seguinte. O problema é que só chegaram duas…
Tinha início, então, uma saga bizarra para tentar recuperar a mala extraviada, que guardava roupas de Helen, além de recordações insubstituíveis das bodas, como cartões de casamento, manuscrito da pousada onde se hospedaram e recordações com enorme valor sentimental.
Os contatos de Elliot com a Aer Lingus e com a Eagle Aviation, empresa contratada para devolver a mala extraviada ao casal, estranhamente, ficaram sem resposta, tanto por telefone, como por e-mail ou pela DM (direct message – mensagem direta do Twitter) das empresas. Enquanto isso, o Airtag da bagagem não parava de emitir sinais da sua localização, e Elliot acompanhava em tempo real o trajeto da mala.
Depois de muito descaso por parte da Aer Lingus, Elliot resolveu expôr a empresa e envergonhá-los publicamente nas redes sociais. Chegou a montar uma apresentação em Power Point e gravar um vídeo mostrando onde estava a bagagem para facilitar o trabalho da companhia. Seus tweets foram vistos por milhares de pessoas e chamaram a atenção da CNN, que acabou por entrevistá-lo, piorando ainda mais a situação da Aer Lingus.
Em algumas postagens, ele exibia a localização da mala extraviada, marcava a empresa e pedia para que eles fossem buscá-la. Em uma delas, ele diz: “Oi AerLingus, nossa mala perdida está neste local há quase 36 horas. Chegaram 2 malas, mas esta parece estar numa igreja/casa de massagens em Pimlico. Não consigo falar com a Eagle Aviation pelo telefone”.
No fim, após toda a pressão, a mala acabou devolvida. Elliot explicou que só não foi buscar a mala pessoalmente, primeiro, porque os locais onde ela estava eram distantes de sua casa e, segundo, porque não se sentia seguro, já que a bagagem poderia estar em poder de ladrões.
Fonte: CNN e Aeroin.Net