Ressaltando que o Brasil precisa estar inserido no crescente mercado da corrida espacial, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, afirmou que a agência alcançou a maturidade para enfrentar os desafios de um cenário dinâmico e desafiador do mercado aeroespacial: “O Brasil não pode ficar alheio às iniciativas da corrida espacial e ser um mero espectador dos produtos de qualidade desenvolvidos no exterior”, afirmou Moura durante cerimônia pelos 28 anos da AEB, realizada na manhã desta quinta-feira (10), em Brasília.
O evento, que contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, além de autoridades brasileiras e estrangeiras, serviu para homenagear diversas pessoas que, durante esses 28 anos, contribuíram para o sucesso da AEB. “O Brasil é um país continental. Precisamos de um setor espacial forte. Com isso, temos melhor agricultura, mais segurança, melhor meio ambiente”, afirmou Pontes, citando como um dos grandes destaques do programa espacial brasileiro o Amazonia 1, primeiro satélite 100% nacional, lançado no ano passado para monitoramento ambiental.
Um dos homenageados, o embaixador brasileiro Nestor Costa Júnior, salientou a importância da adesão do Brasil ao Programa Artemis, da NASA, “o mais ambicioso desde o Programa Apollo, que representa uma verdadeira revolução tecnológica e abre oportunidades para a indústria brasileira”. Em junho do ano passado, o Brasil tornou-se o 12º país a participar do Artemis, que pretende instalar uma base sustentável na Lua para manter uma presença humana permanente no satélite e, de lá, desenvolver tecnologias para levar o homem à Marte.
De acordo com Marcos Pontes, a participação do Brasil no Artemis vai abrir espaço para startups brasileiras de tecnologia, centros tecnológicos e para a indústria aeropespacial do Brasil participarem em um dos mais ousados e avançados projetos da atualidade, no mundo.
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Outro nome importante lembrado por Moura foi o do deputado Daniel Freitas (PSL-SC), líder da Frente Parlamentar Mista para o Programa Espacial Brasileiro, lançada em 2020, e que, no ano passado, deu seus primeiros frutos, como o início do desenvolvimento dos primeiros nanossatélites da Constelação Catarina. Composta por 13 satélites, a frota está sendo construída em Santa Catarina pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com apoio da AEB e a participação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Um dos principais homeageados da cerimônia foi o coronel Walter Carrara, responsável por identificar o local geográfico para instalação da Base de Lançamento em Alcântara, no Maranhão, idealizar toda a infraestrutura do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), inaugurado em 1983, e comandar o CLA durante seus primeiros anos.