Com o objetivo mapear os povos e comunidades de matriz africana e de terreiros de umbanda no Estado, o governo do Piauí lançou na semana passada o aplicativo para Android Eu Creio. A ferramenta será usada pela Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc) para catalogar e definir os perfis dessas comunidades, além de trabalhar políticas públicas mais efetivas na área cultural, de saúde e de assistência a populações de terreiro.
O app, que ainda não está disponível para download, poderá ser baixado em smartphones, tablets e computadores e permitirá que os líderes religiosos cadastrem seus terreiros. Para isso basta preencher um questionário de identificação disponibilizado no sistema que será validado pela equipe da Superintendência de Direitos Humanos da Sasc. Segundo a Agência de Tecnologia da Informação (ATI) piauiense, o sistema permitirá duas formas para catalogar as comunidades: pelo aplicativo ou pelo site de cadastro.
A vantagem do cadastro pelo app é que ele permite capturar a geolocalização do terreiro mesmo sem rede. “Caso, no momento do cadastro, não haja sinal de Internet, a localização poderá ser capturada através do GPS do celular e ficará salva”, diz Cinthia Campos, analista de sistemas da ATI, explicando que, quando o usuário voltar a ter acesso à rede, ele poderá retornar ao formulário de preenchimento e concluir o cadastro.
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De acordo com a superintendente de Diretos Humanos da Sasc, Janaína Mapurunga, o levantamento facilitará o trabalho da equipe estadual, garantindo um levantamento de dados rápido e barato. “O Governo do Estado está preocupado com essa questão de intolerância religiosa, e nós da área de direitos humanos estamos efetivando isso através do aplicativo. Vamos poder mapear todos os terreiros e trabalhar em políticas públicas”, disse.
Segundo dados do IBGE, as comunidades religiosas de matriz africana têm grande peso no Piauí, com quase 500 terreiros e forte predominância da umbanda. Ao Estado do Piauí, Mãe Eufrazina, ialorixá na Tenda Espírita de Umbanda Santa Bárbara, diz que o app responde às demandas das comunidades e que elas veem na tecnologia uma forma de melhorar a comunicação entre os espaços. “Somos uma grande comunidade e precisamos desse olhar por parte do governo. Com o [app], poderemos dizer onde estamos, o que somos e o que precisamos”, destacou.
Fonte: Governo do Piauí e O Estado do Piauí