Um encontro entre o embaixador da Argentina em Pequim, Sabino Vaca, e o vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Zhang Kejian – autoridade máxima da Administração Espacial Nacional da China (CNSA) –, selou, na semana passada, a decisão bilateral de promover as negociações do “Plano de Cooperação Espacial 2021-2025”. Na prática, os dois países fortalecem a parceria no desenvolvimento científico e tecnológico em diferentes setores, desde ciências espaciais e exploração do espaço profundo à observação da Terra e defesa.
Segundo fontes chinesas referidas pela Agência EFE, o responsável chinês ofereceu ainda bolsas de estudos nas áreas espacial, nuclear e de defesa a estudantes argentinos, além de se declarar “aberto” a aprofundar a colaboração no campo da energia nuclear, com o desenvolvimento de reatores de pesquisa polivalentes e a construção da usina nuclear Hualong 1, na Argentina. Em relação à indústria de defesa, Vaca destacou a importância de que todos os projetos produtivos “tenham a transferência de tecnologia e capacidades para empresas de defesa” argentinas.
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A cooperação espacial entre os dois países começou em 2010, durante a presidência de Cristina Kirchner, quando uma base da agência espacial chinesa foi instalada na província argentina de Neuquén, gerando uma polêmica regional que dura até hoje. Os críticos dentro e fora da Argentina denunciam a existência de cláusulas secretas no acordo, questionam o fato de a base responder diretamente ao governo chinês e colocam dúvidas sobre os propósitos do projeto, se seriam civis ou não.
Fonte: Gazeta do Povo