Em artigo publicado no site DefesaNet, o Cap. Tiago Prudencio Silvano* conta como as cartas e os mapas em papel foram por muito tempo a única forma de representação de feições geográficas, áreas ou fenômenos localizados na superfície da terra, assim, a produção de dados espaciais era limitada a levantamentos de campo para coleta de dados, medição de ângulos e distâncias. No entanto, as transformações tecnológicas nas últimas décadas proporcionaram um significante avanço na área de geociências, ocasionando a difusão do termo Geoinfomação. Ainda que possa ser definido de diferentes formas, segundo o Manual EB20-MC-10.209 – Geoinformação:
O termo Geoinformação (Geoinfo) é uma forma abreviada para o termo Informação Geográfica. A Geoinfo representa toda e qualquer informação ou dado que pode ser espacializado, ou seja, que tem algum tipo de atributo ou vínculo geográfico que permite sua localização. (EB20-MC-10.209, 1a Ed, 2014).
Alguns autores afirmam que a geoinformação significa, antes de mais nada, utilizar computadores como instrumentos de representação de dados espacialmente referenciados1, aliado à possibilidade de manipulação, tratamento e armazenamento de dados. Nesta perspectiva, em um país de dimensão continental como o Brasil, a incorporação de tecnologias na produção de geoinformação é essencial para uma maior agilidade e efetividade conferida ao processo de mapeamento.
A produção de geoinformação envolve um conjunto de tecnologias que possibilitam a aquisição, armazenamento, processamento, análise, produção e representação de informações do espaço geográfico. Dentre as chamadas geotecnologias, merecem destaque: o Sistema Global de Navegação por Satélite, Sensoriamento Remoto, Sistema de Informação Geográfica (SIG) e Topografia.
As geotecnologias permitiram a representação computacional do espaço geográfico, facilitaram o acesso aos dados de sensores remotos como imagens de alta resolução, bem como ampliaram o uso dos bancos de dados relacionais, funções de análise espacial e ferramentas de processamento digital de imagens. Além disso, contribuíram para inclusão de um número cada vez maior de pessoas ao ambiente SIG e, consequentemente, na geração de grandes volumes de dados e informações geoespaciais.
Do ponto de vista da aplicação, a adoção da geoinformação tem impacto direto e indireto na sociedade, seja na vida cotidiana da população, com o acesso a serviços baseados em localização, disponíveis nos dispositivos conectados à internet, e na utilização de aplicativos de navegação, ou com os benefícios promovidos pelo uso de geoinformação no planejamento, gestão e tomada de decisão em diversos cenários econômicos, políticos e sociais. Deste modo, sempre que o “onde” aparece, dentre as questões e problemas que precisam ser resolvidos por um sistema informatizado, haverá uma oportunidade para considerar a adoção de um SIG1.
Leia o artigo completo no site DefesaNet.
*O Cap Tiago Prudencio Silvano, cuja especialidade é QEM Cartografia, se formou na Academia Militar das Agulhas Negras em 2012; cursou a graduação em Engenharia Cartográfica pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) de 2016 a 2020. Além disso, concluiu sua formação em Aperfeiçoamento Militar pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais em 2021.