BBB virtual é realidade para 68% dos brasileiros

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BBB: mais de dois terços dos brasileiros se sentem vigiados pelo governo – imagem: Freepik

A exemplo do que ocorre com a maior parte das pessoas em todo o mundo, os brasileiros também têm aquela sensação de que estão sendo vigiados durante seus “passeios” pelo mundo online, como se estivessem o tempo todo participando de um BBB. Pesquisa realizada pela empresa de cibersegurança NordVPN ouviu 8.800 pessoas de nove países (Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Espanha, Polônia, Holanda e Estados Unidos) e registrou que 68% dos brasileiros (81% no resultado mundial) dizem que se preocupam com o monitoramento feito por criminosos, enquanto 32% sentem receio em relação a rastreamentos feito pelo governo.

Quando perguntadas sobre os meios usados para vigiar o que elas fazem online, a maioria das pessoas demonstra preocupação com relação aos smartphones, o que se explica pelo tempo gasto ao longo do dia com esses aparelhos conectados o dia inteiro. Para 84% dos entrevistados, o monitoramento pode ser feito pelo smartphone, enquanto 56% desconfiam do computador desktop e 27% da SmartTV. As menores preocupações estão com os aparelhos inteligentes: 14% dos usuários brasileiros se preocupam com monitoramento pelo smart watch e 18% com dispositivos como a Alexa.

A pesquisa ouviu 1.000 brasileiros entre 12 e 18 de agosto do ano passado e, apesar de os principais vilões apontados serem agências governamentais e criminosos, há outros potencias ‘big brothers’ por aí. Apenas 16% dos brasileiros entrevistados se preocuparam com o rastreamento feito por empresas, mas elas são grande parte da ameaça à privacidade online.

Gigantes como Facebook e Google são conhecidas por coletar, armazenar e monitorar informações e atividades dos usuários, e elas não são as únicas. Grandes companhias de dados, aplicativos ou mesmo qualquer pessoa com conhecimentos e ferramentas tecnológicas pode se tornar um funcionário desse BBB virtual.

Entre os apps, plataformas ou redes sociais que o brasileiro sente estar invadindo sua privacidade online, mais de 67% dos entrevistados mencionam o Facebook; 50%, o Instagram, e 52%, o WhatsApp (curiosamente, os três aplicativos do grupo Meta). Os menores índices ficam com Airbnb (3%) e Spotify (5%). O Google Maps foi mencionado por 27% das pessoas entrevistadas e só 6% delas não se preocupam com nenhum dos aplicativos mencionados.

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Em relação ao que seria feito com os dados, atividades e informações pessoais coletadas, 50% dos brasileiros afirmam que as informações pessoais talvez sejam usadas por redes sociais; 44% para publicidade; 44% por websites (para métricas internas) e 33% por cibercriminosos (para roubo de identidade, fraude, entre outros).

Outro dado interessante é que 38% dos entrevistados no Brasil acreditam que os dados pessoais são vendidos para outras empresas.

O maior medo dos brasileiros é o vazamento de senhas (60%), seguido de perto pelo receio do roubo de informações bancárias (58%). Só 2% dos usuários entrevistados no Brasil afirmam não ter qualquer tipo de receio ou medo em relação ao roubo e vazamento de dados pessoais.

Os riscos do Wi-Fi grátis

Entre as atitudes que podem representar risco e facilitar o rastreamento e o monitoramento das atividades online estão aceitar cookies, usar redes públicas de Wi-Fi e instalar aparelhos inteligentes em casa.

O receio de que informações bancárias, financeiras e outros dados sensíveis sejam roubados por hackers procede e entrevistados de todos os países dizem evitar fazer compras, usar cartões de crédito ou acessar apps bancários enquanto estão conectados a uma rede pública de Wi-Fi, um dos maiores riscos de roubo de dados.

Em geral, redes de Wi-Fi exigem algumas informações pessoais para permitir o acesso, como endereço de e-mail, número de telefone ou autenticação em mídias sociais. Esses dados podem ser usados para saber mais sobre seus hábitos e preferências, o que permite categorizar diferentes tipos de públicos e enviar anúncios específicos para o seu perfil.

No entanto, muitas redes públicas de Wi-Fi não exigem qualquer autenticação, o que deixa o internauta mais vulnerável a ciberataques, como o man-in-the-middle, o phishing e outras ameaças que permitem aos hackers monitorar tudo o que se faz online.

Só 17% dos usuários brasileiros afirmam usar redes Wi-Fi diariamente – e mais de 31% dizem que nunca usam redes abertas de Wi-Fi. No entanto, 39% já usaram redes sociais com login automático, 24% usaram apps bancários e 34% entraram em contas pessoais de e-mail enquanto conectados a uma rede pública de Wi-Fi – o que acompanha a média mundial dos entrevistados (40%).

Como evitar ‘participar do BBB’

Apesar de, nos dias de hoje, ser quase impossível evitar estar de alguma forma monitorado quando se está conectado, há algumas maneiras de melhorar a privacidade online e ficar menos exposto, como se estivesse participando do BBB. A NordVPN, autora da pesquisa, lista dicas para tornar a atividade virtual menos suscetível aos rastreamentos online por terceiros e minimizar ações intrusivas.

Usar uma VPN

Entre os usuários brasileiros entrevistados, 74% sabem o que é uma VPN e 33% dizem que a usam. Virtual Private Network (em português, rede virtual privada) é um serviço que protege a conexão de Internet e a privacidade online por meio de um túnel criptografado para os dados, o que protege a identidade online, oculta o endereço de IP e permite usar pontos de acesso de Wi-Fi públicos com segurança.

A VPN esconde o endereço de IP real e a localização do internauta, o que protege o usuário contra terceiros (inclusive seu provedor de internet, cibercriminosos, administradores de rede, anunciantes e outros agentes e grupos).

Usar navegadores mais privativos

Navegadores que respeitam mais a privacidade expõem menos o usuário e o torna menos suscetível aos recursos e mecanismos usados para rastrear ações online.

Evitar o Google

O Google rastreia e armazena uma quantidade imensa de usuários do mundo inteiro. Sempre que possível, é melhor escolher mecanismos de busca e provedores de e-mail menos invasivos.

Cuidado ao compartilhar

Uma dica valiosa para não entrar no BBB virtual é não expor informações desnecessárias nas mídias sociais, já que tudo que é revelado sobre a vida privada pode ser extremamente útil aos cibercriminosos.

Fonte: NordVPN

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