O Brasil terá um sistema inovador de monitoramento das águas do Oceano Atlântico em uma ação conjunta com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, (NOAA, na sigla em inglês), anunciou o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales.
A iniciativa faz parte de um acordo conjunto assinado, na semana passada, em Washington, entre o Brasil e outros países e regiões que compartilham as águas do Oceano Atlântico: Estados Unidos, Canadá, Argentina, União Europeia, Marrocos, Cabo Verde e África do Sul. A All-Atlantic Declaration trata da proteção e exploração econômica sustentável das águas do Oceano Atlântico e, entre outras iniciativas, prevê reduzir a quantidade de plástico e detritos em águas internacionais.
O tratado, que propõe estabelecer uma aliança de longa duração para o compartilhamento de conhecimentos, infraestruturas e capacidades aptas a promover o desenvolvimento sustentável do Oceano Atlântico, também quer regular a mineração oceânica e fixar metas e objetivos para que as atividades econômicas marinhas sejam efetuadas de forma sustentável. Os derramamentos de óleo também estão no radar do acordo.
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“[A declaração] coloca todos juntos para trabalhar pela pesquisa e inovação de forma sustentável, com exploração sustentável do Oceano Atlântico, para que ele seja mais resiliente. E também trabalhar para a mitigação da poluição. Para isso, temos que trabalhar com a melhor ciência disponível”, disse Morales em entrevista ao programa A Voz do Brasil.
Segundo o secretário, a ideia é realizar chamadas públicas nos países signatários para que pesquisadores apresentem seus trabalhos em áreas como sustentabilidade, exploração sustentável e de ações sociais que envolvem as comunidades que vivem do oceano. “Os projetos seriam lançados conjuntamente e essa aliança traz a possibilidade de trabalharmos juntos em projetos de pesquisa e inovação”, diz Morales.
Além do sistema de monitoramento anunciado, a colaboração do Brasil, um dos países com maior litoral no Atlântico, pode se dar, de acordo com Morales, pela “pesquisa oceânica avançada que possui e utilizando os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNTCT)”, que, segundo ele, tem financiado muitas ações voltadas para o mar, entre elas as que permitiram a exploração de petróleo em águas profundas.
Ele salienta ainda o potencial que algas, microrganismos e elementos da biodiversidade marítima podem representar em termos de importantes ativos para novas moléculas que seriam usadas no tratamento de doenças ainda incuráveis. “Assim como falamos da Amazônia, onde temos uma biodiversidade imensa, também temos uma biodiversidade gigantesca nos oceanos”, afirma.
Fonte: Agência Brasil