Graças a uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a empresa israelense Asterra, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) vai passar a rastrear por satélite vazamentos visíveis e não visíveis nas redes de água de Brasília. A tecnologia tem sido aplicada mundialmente no setor de saneamento desde 2015 e promete mais eficiência e otimização de recursos.
O processo funciona graças ao espectro do radar, que penetra quatro metros de profundidade no solo, o que abrange a quase totalidade das profundidades de redes nas áreas urbanas. Um algoritmo patenteado pela Asterra, que já realizou mais de 250 trabalhos pelo mundo, é capaz de detectar uma mistura de solo com água tratada, gerando pontos de interesse (POIs) com cerca de 50 metros de diâmetro. O sistema, então, faz um cruzamento com a rede de distribuição georreferenciada da Caesb, podendo monitorar uma área de até 3 mil km2.
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O diretor de Operação e Manutenção da Caesb, Carlos Eduardo Pereira, diz que o uso de imagens de satélites “pode representar uma economia significativa de recursos e de tempo de ação, colaborando com a melhoria na qualidade de nossos serviços à população do DF”.
A nova tecnologia deve reduzir em até cinco vezes a área que seria pesquisada com a metodologia tradicional, que usa hastes de escuta e geofones eletrônicos. O gerente de Gestão de Perdas da Caesb, Elton Gonçalves, acredita que ela vai diminuir também o trabalho em campo, pois os vazamentos poderão ser identificados antes de aflorar, reduzindo o potencial de danos: “A tecnologia não é afetada pelo clima, uma vez que pode ser usada com céu limpo ou nublado, de dia ou à noite”.
A Caesb já realizou um projeto piloto no Gama, região metropolitana de Brasília e, agora, vai expandir a pesquisa para Candangolândia, nesses meses de dezembro e janeiro. O projeto vai pesquisar três mil quilômetros de redes de água tratada, em 11 localidades específicas, englobando aproximadamente 320 mil ligações. Ao todo, abrangerá 36% de toda a rede de água da Caesb e 50% das ligações.
Fonte: Caesb