CEM/FAPESP atualiza mapas de bacias hidrográficas

bacias hidrográficas
Bacias hidrográficas da Região Metropolitana de São Paulo, segundo o Atlas Nacional do Brasil – IBGE (reprodução)

O Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp) está disponibilizando gratuitamente um conjunto atualizado de bases cartográficas para as bacias hidrográficas do Brasil e para as da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Resultado do trabalho da Equipe de Transferência e Difusão (ETD) do CEM, essas bases podem ser acessadas e baixadas no próprio site do CEM – Bacias Hidrográficas dos Rios de Primeira Grandeza do Brasil, Bacias Hidrográficas dos Rios de Segunda Grandeza do Brasil, Bacias Hidrográficas da Região Metropolitana de São Paulo, Rede Hidrográfica da Região Metropolitana de São Paulo e Rede Hidrográfica em Polígonos (Massas d’Água) da Região Metropolitana de São Paulo.

Os dois arquivos atualizados têm abrangência nacional. O primeiro contém as 12 bacias hidrográficas de primeiro nível, conforme o Atlas Nacional do Brasil 2010 / Divisão Hidrográfica Nacional (imagem do algo da página). Exemplos de dados encontrados são os relacionados as bacias do Tocantins, do Atlântico Leste e do Paraná. O segundo traz as 12 bacias de primeiro nível subdivididas conforme seus principais afluentes – Araguaia (bacia do Tocantins), Paraguaçu, Contas e Jequitinhonha (Atlântico Leste), Grande, Tietê e outros (Paraná), totalizando 37 unidades territoriais.

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Além da compartimentação territorial, os arquivos georreferenciados CEM trazem dados que informam, por exemplo, o número de municípios que formam o polígono da bacia hidrográfica, a população total, urbana e rural e o Produto Interno Bruto (PIB) local, proporcionando ao pesquisador um foco alternativo às divisões territoriais convencionais. “O planejamento, aplicação ou avaliação de políticas públicas, por outro lado, podem ser melhor conduzidos com o recorte das bacias hidrográficas”, afirma o geógrafo José Donizete Cazzolato, que elaborou essas bases de dados

Segundo Cazzolato, a metodologia utilizada nos arquivos CEM para a definição dos polígonos das bacias hidrográficas brasileiras levou em conta a divisão municipal, o que facilita o cômputo dos dados demográficos e socioeconômicos. “Esta opção resulta em pequenas diferenças em relação aos mapas convencionais, porque grande parte dos limites municipais são posicionados sobre os divisores naturais das bacias”, explica.

Foi utilizado ainda um corte dimensional para as bacias de segundo nível, incluindo, nesta classificação, apenas as de extensão superior a 40 mil km², com exceção do Ribeira do Iguape (Atlântico Sudeste) e do Itajaí (Atlântico Sul).

Bacias Hidrográficas da RM de São Paulo

Já no arquivo de Bacias Hidrográficas da Região Metropolitana de São Paulo, elas estão delimitadas pelos divisores topográficos. Segundo Cazzolato, esta é a opção mais apropriada em função da escala. São 73 polígonos, abrangendo bacias a partir de aproximadamente 20 km², classificadas em cinco níveis.

Conforme Lei estadual 7663/91, que estabelece a Política de Recursos Hídricos para a RMSP, as quatro bacias hidrográficas de primeiro nível da região são: Tietê, Paraíba do Sul, Ribeira de Iguape e Bacias Litorâneas. Seus afluentes diretos formam bacias de segundo nível, e os afluentes destes formam as de terceiro nível, e assim sucessivamente, respeitada a dimensão mínima adotada. Esta articulação das bacias estã indicada no banco de dados. Assim, a bacia do Ribeirão dos Couros, por exemplo, é de nível 4, pertencendo à bacia do Ribeirão dos Meninos (nível 3), que pertence à bacia do Tamanduateí (nível 2), pertencente à bacia do Tietê (nível 1).

Para elaboração da base de dados, foram utilizadas diversas fontes, com destaque para os mapas do Grupo de Pesquisa GovÁgua, do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental (PROCAM), vinculado ao Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP).

A ETD do CEM elaborou e disponibiliza outros dois arquivos de hidrografia da Região Metropolitana de São Paulo, um com os rios e córregos (arquivo georreferenciado de linhas) e outro com as represas (arquivo de polígonos). Os dados informam a respeito da extensão e articulação dos cursos d’água no contexto da bacia e da condição do leito: retificado, tamponado ou submerso.

Na atualização de 2022, houve aprimoramento dessas bases de dados, com inclusão de reservatórios, aquedutos e estações de operação de oito grandes sistemas de produção de água da Sabesp, mesmo fora dos limites metropolitanos: Alto Cotia, Alto Tietê, Cantareira, Guarapiranga, Ribeirão da Estiva, Rio Claro, Rio Grande e São Lourenço.

Fonte: CEM

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