“Dados são a guerra do futuro. Controlá-los é controlar o mundo”. Essa frase está em um dos diálogos iniciais da primeira série alemã feita para a Netflix e destaque desta edição do Cine Geocracia, que apresenta mais duas sugestões de filmes sobre geoinformação.
Baseada em uma situação real, Batalha Bilionária conta a história de dois alemães, o artista Carsten Schlüter e o programador Juri Müller, que, no início da década de 90, assombraram o mundo com o Terra Vision, um programa revolucionário que permitia fazer viagens por um planeta virtual formado por uma colagem de imagens de satélite de diversas resoluções e altitudes. Duas décadas depois, eles decidem processar o Google por quebra de patente, acusando a gigante digital de ter, em 2005, criado o Google Earth copiando os algoritmos de programação do Terra Vision.
Além de um caso emblemático envolvendo a guerra tecnológica e judicial entre grandes corporações e o que se conhece hoje por startups, a minissérie é também um excelente documento sobre como surgiram as ferramentas de visualização geográfica que permitiram a evolução do mundo para a Era da Geoinformação.
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A minissérie de quatro capítulos exibida pela HBO Max conta a história da improvável viagem de exploração ao coração da Amazônia empreendida, em 1914, pelo ex-presidente americano Teodore Roosevelt e por um ícone da história brasileira, o militar, sertanista e indigenista Cândido Rondon. Interpretado por Aidan Quinn, Roosevelt, responsável pela criação dos parques nacionais dos EUA, ficara obcecado por desbravar aquele que era, à época, um dos territórios selvagens menos conhecidos do planeta.
A princípio, Rondon, vivido por Chico Diaz, não se comoveu com a ideia de ser um mero guia turístico e só concordaria em acompanhar o político caso a viagem fosse transformada uma expedição científica, o que de fato aconteceu. A façanha dessas duas personalidades tão diferentes e tão fascinantes em busca da foz do então desconhecido Rio da Dúvida é o pano de fundo de uma perigosa aventura que ajudou a demarcar parte do território brasileiro e quase custou a vida do próprio Roosevelt.
Em uma era marcada pelo uso intensivo de smartphones e pelos cuidados extremos com a privacidade, esse filme francês (Le Jeu, no original) em cartaz no Netflix é uma pedida para quem quer uma abordagem bem humorada sobre a exposição de dados privados. Nada a Esconder é, na verdade, a última das cinco refilmagens do original italiano de 2016 Perfetti Sconosciuti (além da francesa, houve versões na Espanha, Grécia, Turquia e Coreia do Sul), mas conta com o melhor elenco de todas, como Roschdy Zem, Bérénice Bejo, Stéphane de Groodt, Suzanne Clément e Vincent Elbaz.
A trama gira em torno de sete amigos que, durante um jantar, resolvem fazer um jogo perigoso: todas as mensagens recebidas nos celulares devem ser lidas em voz alta para todos ouvirem. Não é preciso ser nenhum vidente para deduzir o que sairá disso: muita confusão e revelações constrangedoras – um microcosmo dos perigos da invasão de privacidade.