Como a China usa o Zimbábue para expandir modelo de vigilância

A China tem utilizado seu poder econômico e tecnológico para expandir seu modelo de vigilância e controle na África. Isso inclui a construção de câmeras de vigilância, sistemas de reconhecimento facial, algoritmos de análise de dados e outros sistemas tecnológicos de inteligência artificial para monitorar a população e controlar a atividade política. Além disso, a China também tem treinado funcionários dos governos africanos em tecnologias de vigilância e fornecido equipamentos para apoiar esses esforços.

Segundo a ONG Global Voices, em 20 de julho de 2022, o presidente Mnangagwa deu início ao lançamento oficial do projeto Cybercity, de US$ 500 milhões, a ser construído por uma entidade externa. O projeto, que deixou Mnangagwa visivelmente entusiasmado, será financiado por Shaji Ul Mulk, presidente da multinacional Mulk International, dos Emirados Árabes Unidos. A planta do projeto mostra que a cidade prevista será cercada por câmeras de vigilância para fins de segurança e que iniciativas semelhantes serão implementadas no restante do país nos próximos anos.

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O projeto Mulk International é apenas um entre muitos outros que o governo já está ansioso para construir. O conceito de Cidades Inteligentes faz parte da agenda do governo para criar uma nova sociedade com áreas industriais, comerciais e residenciais, impulsionada pela tecnologia digital e pela internet das coisas. O governo já aprovou o desenvolvimento de uma Cidade Inteligente em Melfort, localizada em Goromonzi, entre a capital Harare e a cidade de Marondera, no leste. A ideia é reduzir a distância até o Aeroporto Internacional Robert Mugabe para os investidores e o tráfego do leste do país. Espera-se que outras Cidades Inteligentes sejam construídas nas províncias do sul do país.

No entanto, membros da sociedade civil e ativistas temem que a implantação e uso de câmeras de vigilância no país signifique que o regime de Mnangagwa possa identificar e eliminar rapidamente as vozes dissidentes que representam um risco para seu establishment político. Empresas chinesas como Huawei e Hikvision assumiram a liderança no lançamento de câmeras de reconhecimento facial nas principais cidades, o que cria um estado de vigilância generalizado. Por exemplo, a polícia instalou câmaras CCTV nas cidades-reduto do partido da oposição de Harare e Bulawayo. Ambas as cidades costumam ser pontos problemáticos para a polícia, pois os protestos antigovernamentais geralmente ocorrem nessas áreas. Além disso, o Zimbábue foi identificado como cliente do spyware digital invasivo fabricado em Israel, o Pegasus, que é uma arma eficaz para reprimir as vozes dissidentes. O governo negou a acusação.

Acesse a matéria inteira e conheça como as tecnologias de vigilância do Zimbábue tem sido criticada por questões de privacidade, direitos humanos e democracia.

Com informações da Global Voice

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