Desde semana passada, não se fala noutra coisa: a visita de Elon Musk ao Brasil. Questões políticas à parte, a proposta de disponibilizar o Starlink para dar à Amazônia um acesso confiável à Internet de alta velocidade, além de coletar dados e monitorar a região com mais qualidade, é a resposta a um desafio antigo e estratégico do ponto de vista da soberania nacional.
Na sua conta no Twitter (que, aliás, está sendo negociado para passar às suas mãos), Elon Musk escreveu: “Superanimado por estar no Brasil para o lançamento da Starlink em 19 mil escolas não conectadas em áreas rurais e também para o monitoramento ambiental da Amazônia”.
Mas como funciona o serviço da Starlink do bilionário responsável pela SpaceX e pela montadora de carros elétricos Tesla?
Baseado em uma constelação de satélites de órbita baixa, os chamados LEO (do inglês, low earth orbit), o serviço da Starlink se apresenta como uma solução para levar a Internet a lugares remotos, como zonas rurais, desertos e outros locais ermos. Atualmente, são mais de 2.000 nanossatélites em órbita, por enquanto atendendo a faixa entre 43 e 53 graus de latitude Norte. Serão necessários 10 mil para que o sistema funcione em todo o planeta, mas a empresa quer colocar 42 mil em órbita, o que tem assustado as agências espaciais, pois isso aumentaria o risco de colisões durante decolagens de foguetes.
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A empresa já oferece seus serviços em diversos países, como EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Áustria, Holanda, Irlanda, Bélgica, Suíça, Dinamarca, Portugal, Austrália e Nova Zelândia, além de possuir pré-encomendas a partir da Itália, Polônia, Espanha e Chile.
O pacote da empresa de Elon Musk, no entanto, não é barato, já que, além do roteador, inclui uma antena mini-parabólica que deve ser instalada pelo usuário. A própria Starlink ajuda o cliente a escolher a melhor opção de montagem, se no telhado, quintal ou o exterior da casa, e oferece até um aplicativo com realidade aumentada para smartphones que auxilia nessa tarefa.
Só o pagamento inicial pela antena parabólica é de US$ 600, o que dá quase R$ 3 mil. A assinatura mensal é de US$ 110 (mais de R$ 500). O preço alto reflete a estrutura da Starlink, dependente da logística das viagens espaciais dos foguetes da SpaceX, capazes de decolar e retornar à Terra em missões para colocar os nanossatélites em órbita. O valor, no entanto, se justifica quando é a única opção de Internet veloz em regiões onde é comercialmente inviável levar a fibra ótica até o cliente, como é o caso da Amazônia.
Fonte: DCI