Criptografia quântica dá segurança geográfica contra hackers

criptografia quântica
Imagem: Gerd Altmann – Pìxabay

Usando as leis da física quântica, pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, resolveram um enigma matemático que permite usar a geolocalização como uma identificação pessoal, gerando um nível de certeza sobre com quem se fala que protege inclusive contra os ataques cibernéticos mais avançados. O professor Matthias Christandl e seus alunos desenvolveram um novo protocolo de segurança denominado por eles como “criptografia quântica baseada em posição”.

A novidade promete proteger a atividade digital de hackers e de cibercriminosos que assumem identidades falsas na Internet e em dispositivos digitais para praticar o roubo de dados e outros crimes, sendo particularmente útil em situações de pagamentos pela Internet ou de transmissão de dados pessoais confidenciais. Além disso, resolve um problema que há quase 20 anos desafiava cientistas do mundo inteiro que trabalham com criptografia: como garantir a localização de uma pessoa para usá-la como uma identificação segura.

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“Sua localização cria confiança. Isso explica o princípio por trás da criptografia baseada em posição, na qual a localização física é usada para identificar alguém”, afirma o professor Andreas Bluhm, um dos responsáveis pelo estudo, explicando que as pessoas normalmente confiam em um funcionário no caixa do banco porque ele está lá, no banco.

Técnica quântica já pode ser usada

A chave para o sucesso dos matemáticos dinamarqueses é que os dados de geolocalização foram agrupados em uma combinação de um único bit quântico (qubit) com vários bits clássicos, aqueles mais conhecidos, formados por uns e zeros. Essa combinação de bits consegue enviar uma mensagem que cibercriminosos não conseguem ler, hackear ou manipular, e pode confirmar se uma pessoa está falando do escritório do seu banco ou de algum país distante.

Com a localização gravada de maneira segura no qubit, eventuais tentativas de invasão podem ser evitadas com o simples aumento do número de bits clássicos.

Devido à impossibilidade de decodificar, interceptar e clonar a informação quântica – graças a conceitos básicos da física quântica, como o princípio da incerteza de Heisenberg e o Teorema da não-clonagem –, o bit quântico serve como uma espécie de chave na mensagem, garantindo a sua veracidade.

Como exige apenas um qubit para verificação a posição geográfica, a técnica já está disponível para uso imediato, pois já existem fontes quânticas capazes de transmitir um bit quântico de luz por fibra óptica ou até por satélite. Embora o ID de segurança precise ser desenvolvido comercialmente por alguma empresa para ser adotado, a base quântica está em vigor. Já outras tecnologias quânticas, que usam mais qubits, exigirão tempo e tecnologia, inclusive a construção do primeiro computador quântico acessível.

“Até que um computador quântico completo seja construído e os hackers tenham acesso a um, nosso método é completamente seguro e impossível de hackear,” diz Bluhm.

As técnicas tradicionais que tentavam assegurar a geolocalização, como o rastreamento por GPS, não são exatas o suficiente para garantir a segurança contra hackers, como alguém telefonando e tentando se passar pelo gerente do banco.”Hoje, não há maneiras tradicionais, seja por Internet ou sinais de rádio, por exemplo, para determinar onde outra pessoa está localizada geograficamente com 100% de precisão. No entanto, a física quântica abre algumas possibilidades totalmente diferentes,” explica Christandl.

Fonte: Science Daily

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