“Graças, em grande parte, ao satélite Gaia, agora é óbvio que a história da Via Láctea é muito diferente do que os astrônomos haviam entendido. Ao investigar essas pistas tentadoras, esperamos descobrir ainda mais os capítulos fascinantes do passado de nossa galáxia”. A frase acima é de Timo Prusti, cientista membro do Projeto Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), e resume a importância da missão Gaia para uma nova percepção de como funciona a nossa galáxia.
Por muitos anos, os cientistas acreditavam que as galáxias anãs que vivem no entorno da Via Láctea, como a pequena Nuvem de Magalhães (visível no Hemisfério Sul), tinham sido “capturadas” como satélites há bilhões de anos. Mas, dados mais recentes e precisos do movimento de 40 dessas galáxias menores elaborados pelo Projeto Gaia mostram que elas se movem muito mais rápido do que outros aglomerados maiores na órbita da Via Láctea.
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Segundo uma pesquisa liderada pelo astrônomo François Hammer, professor da Universidade de Ciências e Letras de Paris, publicada na semana passada, no Astrophysical Journal, se, desde os primórdios, as galáxias menores estivessem nos acompanhando a essa velocidade toda, as interações com a Via Láctea e seu conteúdo teriam minado a energia orbital e o momento angular das anãs.
Os resultados, considerados surpreendentes pela equipe de cientistas da União Europeia e da China, foram obtidos computando-se a velocidade tridimensional de cada galáxia anã e, em seguida, usando essas informações para calcular sua energia orbital e seu momento angular (rotacional).
Pelo comportamento padrão conhecido sobre a Via Láctea, galáxias menores acabam capturadas, assimiladas e fragmentadas. No caso da maioria das galáxias anãs conhecidas, como a Grande Nuvem de Magalhães (foto acima), os pesquisadores acreditam que elas chegaram às cercanias da Via Láctea há poucos bilhões de anos.
Fonte: Olhar Digital