Demissão de chefe da agência espacial russa foi acordo com EUA?

agência espacial
Dmitry Rogozin, agora não mais chefe da agência espacial russa, está na lista de sanções dos EUA desde 2014 (imagem: Wikimedia Commons)

A saída do ultra-nacionalista Dmitry Rogozin do comando da agência espacial russa Roscosmos, na semana passada, seria por ter batido de frente com a Agência Europeia (ESA) ou parte de um acordo com a Nasa de renovação da parceria em torno da Estação Espacial Internacional? É difícil descobrir, mas a coincidência da demissão, dias depois do caso da ESA e horas antes do anúncio da renovação do acordo de cooperação com a agência americana, não passou despercebido para o Meduza, veículo da imprensa independente russa.

Segundo o site, Rogozin já estaria até sendo conduzido a um cargo mais alto no Kremlin, talvez convidado a assumir uma das regiões tomadas à Ucrânia recentemente. Enquanto isso, Nasa e Roscosmos retomam a parceria e os voos compartilhados, mesmo em meio à tensão entre os dois países por conta da invasão russa do território ucraniano, que dura desde fevereiro, e das sanções impostas por Washington.

Leia também:

O decreto do presidente Vladimir Putin exonerando Rogozin – nome na lista de sanções dos EUA desde 2014, quando Moscou anexou unilateralmente a Crimeia – se deu horas antes da renovação do acordo com a Nasa. As duas agências emitiram comunicados celebrando a parceria. “Para garantir a continuidade das operações seguras da Estação Espacial Internacional, proteger a vida dos astronautas e garantir a presença contínua dos EUA no espaço, a Nasa retomará as tripulações integradas nas naves tripuladas dos EUA e da Soyuz russa”, disse a agência espacial americana. “O acordo atende aos interesses da Rússia e dos EUA”, anunciou a Roscosmos.

Na prática, o acordo garante que americanos possam continuar a voar espaçonaves russas e vice-versa. Astronautas dos EUA viajarão na nave russa Soyuz em duas missões, a primeira delas programada para setembro, partindo do Cazaquistão. Já os cosmonautas russos poderão embarcar nos foguetes SpaceX lançados da Flórida.

Segundo a Nasa, a ISS foi projetada para funcionar em conjunto com a participação dos Estados Unidos, Rússia, Europa, Japão e Canadá, e “nenhuma agência espacial tem capacidade para operar a estação de forma independente das outras”.

No início da semana passada, Rogozin, que será substituído por Yuri Borissov – até então responsável pelo complexo militar-industrial russo –, protagonizou uma crise envolvendo a ESA, depois que agência europeia anunciou o encerramento da parceria com a Rússia na missão ExoMars, que colocará um rover em Marte.

Irritado, Rogozin proibiu os cosmonautas da ISS de usarem um braço robótico fabricado na Europa e que se encontra instalado no segmento russo da estação. O equipamento auxilia os astronautas em diversas operações, como caminhadas espaciais e manuseio de carga. Ele ainda ameaçou pegar de volta a plataforma de lançamento russa Kasachok, que está na Europa e também faz parte do projeto ExoMars.

Forte defensor da invasão da Ucrânia, Rogozin é assíduo frequentador do Twitter e do Telegram, onde costuma fazer declarações agressivas contra o Ocidente, enaltecendo, por exemplo, a destruição que um eventual ataque com armas nucleares russas poderia fazer nos territórios inimigos.

Fonte: Olhar Digital e Gizmodo

Veja também

Geo e Legislação

RS assina cooperação com Exército para ampliação de mapeamento cartográfico

O governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), realizou, na semana passada, a assinatura de um acordo de cooperação com o Exército Brasileiro. O documento estabelece parceria para realizar o mapeamento cartográfico das Regiões Funcionais (RF) 3 e 4 do Estado, que abrangem 70 municípios. A

Não perca as notícias de geoinformação