
Divulgação transparente de dados de desmatamento é essencial para o agro

Em artigo para a revista Globo Rural, Clarissa Gandour e Paula Bernasconi, líderes da Força-Tarefa Dados de Desmatamento da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, defendem uma maior transparência na divulgação de informações complementares sobre área desmatada no país, principalmente no que diz respeito à legalidade da supressão de vegetação e aos detentores do imóvel onde ela ocorre. Citando dados da Coalizão, movimento com mais de 300 representantes de setores como agro, financeiro, sociedade civil e academia, elas apontam que 90% das instituições usam informações sobre desmatamento para implantar novos negócios ou operações, monitorar fornecedores e áreas produtivas ou avaliar risco e carteiras de crédito.
“Para que o setor possa avançar no controle do desmatamento em suas cadeias, é necessário que se possa distinguir o desmatamento legal do ilegal e identificar os responsáveis pelas práticas ilegais”, afirma o artigo, ressaltando que os dados já existem, como o registro dos imóveis rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e as autorizações de supressão de vegetação (ASV), mas não são disponibilizados publicamente de forma sistemática. Clarissa e Paula lembram que assegurar que a produção ocorra em conformidade com a regulamentação ambiental aumenta a competitividade do produto brasileiro lá fora, pois “investidores, empresas e consumidores têm se mostrado cada vez mais exigentes em relação ao cumprimento de normas e compromissos ambientais”.