Elizabeth II, a rainha de 1,6 milhão de km

Elizabeth II
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Em 70 anos de reinado, Elizabeth II viajou por 117 países – imagem: Wikimedia Commons

Carlos Vieira*

Em seus 70 anos de reinado, a rainha Elizabeth II, falecida nesta quinta-feira (08), foi uma das pessoas que mais viajou pelo mundo em toda a história. Desde 1952, quando foi coroada, ela visitou pelo menos 117 países, percorrendo uma distância impressionante de mais de 1,6 milhão de km. Para se ter uma ideia, isso seria mais que suficiente para ir e voltar duas vezes da Lua.

A imagem desta semana é o mapa (alto da página) que representa essa incrível marca estabelecida por uma das pessoas mais populares em toda a história da humanidade. Em tons de azul, os países que ela percorreu (quanto mais escuro o tom, mais vezes o país foi visitado), e, em cinza os lugares que ela não conheceu. Números difíceis de igualar e talvez superados apenas pelo papa João Paulo II, que conheceu 129 países e viajou 1,7 milhão de km (abaixo).

João Paulo II talvez tenha sido a única pessoa a superar essa marca, viajando 1,7 milhão de km (Wikimedia Commons)

Como era monarca de outros 14 países, além do Reino Unido, ela ia constantemente aos estados membros da Commonwealth. Assim, o Canadá foi o país mais visitado – 27 vezes –, seguido da Austrália (15) e da Nova Zelândia (10). Em termos de duração das visitas, no entanto, a Austrália foi o lugar onde Elizabeth II permaneceu por mais tempo.

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Mas, por ter sido a mais longeva chefe de Estado britânica, Elizabeth conheceu países que hoje sequer existem, como a Alemanha Oriental e a Iugoslávia do ditador Tito, país que, após o colapso da União Soviética e de uma sangrenta guerra nos anos 90, deu lugar a sete nações (Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Croácia, Eslovênia, Montenegro, Macedônia do Norte e Kosovo).

Suas viagens serviram, em grande medida, para manter unidos os países da Commonwealth, sobretudo no início do seu reinado. Em pouco tempo, porém, sua imagem jovem, simpática e serena cativou o resto do planeta – inclusive o Brasil, onde esteve em 1968. Elizabeth II tornou-se um ícone global, ultrapassou as fronteiras do seu reino e do seu tempo, virou globe trottter e pop star. O mundo aprendeu a amá-la, e muita gente espalhada por todos os cantos passou a se sentir seu “súdito emprestado”.

Sua morte – inesperada a qualquer tempo – mostra a importância que ela teve até o último dia de sua vida e fecha uma das últimas páginas de um século 20 grandioso que ela mesma ajudou torna épico.

*Carlos Vieira é jornalista e editor co-fundador da Agência Geocracia.

Com dados do Time Out

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