A Embrapa Territorial acaba de lançar três pôsteres com dados sintetizados que, de forma gráfica e cartográfica, dão a dimensão territorial das áreas dedicadas à proteção, à preservação e à conservação da vegetação nativa em terras públicas e privadas no Brasil. Em cada um dos pôsteres, que se complementam e formam um tríptico, são apresentados mapas, gráficos e números da dimensão territorial da vegetação nativa e sua representatividade comparando o território brasileiro ao mundo.
O analista Carlos Alberto de Carvalho, da Embrapa Territorial, pontua que o material proporciona a autoridades e gestores do governo brasileiro uma forma de divulgar as contribuições do país na proteção e preservação do meio ambiente: “São apresentadas as relações entre as vegetações nativas protegidas em áreas públicas e as preservadas pelo mundo rural em áreas privadas, além de uma visão de como elas se encaixam e interagem para formar a contribuição do Brasil para o meio ambiente frente ao mundo”.
Elaborado sob coordenação do chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, o trabalho contou com a participação de membros da equipe do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (Gite) e do Grupo de Gestão Territorial Estratégica (GGTE). Cada pôster pode ser baixado em alta resolução com qualidade de impressão nos links abaixo:
- Áreas protegidas no Brasil e no Mundo
- Áreas preservadas pelo mundo rural no Brasil
- Áreas dedicadas a proteção, preservação e conservação da vegetação nativa no Brasil
O primeiro pôster (acima) mostra a dimensão territorial das áreas protegidas do Brasil em comparação com o mundo, conforme critérios do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA-UNEP). Por ele é possível perceber que, considerando-se apenas as unidades de conservação integral (parques nacionais, estações ecológicas etc.) e terras indígenas, descontadas por geoprocessamento eventuais sobreposições geográficas, o Brasil tem 23,2% do seu território protegido. Esse percentual aumenta para 31,2% quando se utiliza o conceito mais abrangente de unidades de conservação, proposto pelo PNUMA.
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O segundo pôster (acima) mostra que a preservação da vegetação nativa pelo mundo rural no Brasil representa 33,2% da área do país e, em média, ocupa 49,4% da área dos imóveis rurais, a maioria em terras privadas: os 5,9 milhões de imóveis rurais registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) contribuíam com 227,4 milhões dos 282,8 milhões de hectares dedicados à vegetação nativa mapeada em 2021. A área restante (55,4 milhões de hectares) foi estimada a partir de 1,8 milhão de estabelecimentos agropecuários sem registro no CAR em 2021, situados fora de áreas protegidas, tendo como base os dados levantados pelo Censo Agropecuário 2017, do IBGE.
O terceiro (no alto da página) agrega as áreas protegidas em unidades de conservação integral e terras indígenas com as áreas destinadas à preservação pelo mundo rural, completando uma visão geral da repartição territorial das áreas de vegetação nativa no Brasil. Nele, é possível perceber que as áreas protegidas, preservadas e destinadas à conservação da vegetação nativa, tanto em terras públicas quanto privadas, ocupam dois terços (66,3%) do território brasileiro. Nesse espaço geográfico estão incluídos os seis biomas brasileiros com os diversos tipos e formas de vegetação nativa e em variados processos ambientais, incluindo diversificadas formações florestais e não florestais (campos nativos, lavrados, cerrados, vegetações rupestres, lacustres, palustres e outras). Os biomas Pampa e Pantanal são constituídos, sobretudo, por vegetações não florestais. O mesmo ocorre majoritariamente no bioma Cerrado, mas até nos biomas Amazônia e Mata Atlântica existem áreas de vegetação não florestal (campos de altitude, lavrados, campo aberto de várzea, dunas etc).
Mais detalhes sobre a dimensão territorial das áreas de vegetação nativa no Brasil podem ser vistos na página Agricultura e Preservação da Vegetação Nativa com análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Fonte: Embrapa