A Embrapa acaba de desenvolver uma metodologia inédita que usa imagens de satélite e inteligência artifical para monitorar de maneira remota e automática a expansão de áreas com sistemas integrados de produção agropecuária – lavoura-pecuária (ILP), lavoura-floresta (ILF), pecuárua-floresta (IPF) e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). O novo sistema, que em breve estará disponível no GeoInfo, vai ajudar a suprir a falta de dados que comprovam práticas mais sustentáveis no campo, fator que afeta a imagem e os produtos agropecuários brasileiros no exterior.
“O país necessita urgentemente de indicadores e métricas para quantificar e demonstrar o quanto a sua agropecuária vem evoluindo rumo à desejada intensificação sustentável”, disse ao Valor Econômico Margareth Simões, pesquisadora da Embrapa Solos (RJ) e líder do estudo. A nova ferramenta vai tornar mais precisos os cálculos de mitigação de gases de efeito estufa na agropecuária, além de melhorar a gestão de políticas públicas para o agro.
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Os técnicos da Embrapa trabalham, agora, para aprimorar os processos de verificação do componente floresta nos sistemas de produção integrada e da prática do plantio direto. As informações serão consolidadas em uma plataforma única, digital, interativa e gratuita, e os mapas, dados, estatísticas e indicadores serão apresentados no conceito de painéis visuais (dashboards).
As informações serão disponibilizadas de forma agregada por estados, microrregiões, municípios, pólos de desenvolvimento agrícola, além de biomas e bacias hidrográficas. Ainda serão propostos alguns ´índices para acompanhamento dos dados, como Índice de Expansão Absoluta, Índice de Expansão Relativa, Índice de Adoção e Índice de Intensificação Sustentável.
A ferramenta já conquistou dois prêmios científicos durante sua fase de testes, entre 2012 e 2019, quando constatou o crescimento de 1,1 milhão para 2,6 milhões de hectares da área ILP, em alguns municípios de Mato Grosso.
Fonte: Valor Econômico