Eu Esri 2023 debate a sustentabilidade com o apoio da inteligência geográfica

Aconteceu, na última semana, o principal encontro de geotecnologia para os usuários da plataforma ArcGIS, o Eu ESRI 2023, realizado de forma 100% virtual e gratuita. Com realização da Imagem Geosistemas – distribuidora oficial da Esri – líder americana no Sistema de Informações Geográficas (GIS), o evento foi iniciado com a pergunta “Qual mundo você quer ver?”, convidando o público presente a refletir sobre a responsabilidade de cada um para que o futuro do planeta seja mais sustentável.

Felipe Seabra, Gerente de Marketing e Comunicação da Imagem Geosistemas, abriu o evento contando um pouco mais sobre a empresa, o objetivo do encontro e a atuação da companhia junto às esferas da iniciativa pública e privada.

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“Nosso foco é mostrar como a comunidade de usuários e entusiastas dos Sistemas de Informações Geográficas estão solucionando de maneira visual, espacial e geográfica os principais desafios de negócios e da gestão pública de nosso país, declarou Seabra.

No primeiro case apresentado, Carolina Lanfranchi, coordenadora do observatório da Vigilância Socioassistencial da Prefeitura de São Paulo, trouxe sua experiência com a plataforma ArcGIS apresentando as soluções desenvolvidas o projeto “SisRua” que visa atender a população em situação de rua de forma mais ágil, possibilitando uma cobertura mais abrangente da equipe de assistência social.

“Não é possível qualificar as ferramentas de atendimento da população em situação de rua sem qualificar o registro, desde a abordagem até o acolhimento. Com a plataforma da Imagem, conseguimos integrar o serviço de abordagem e agilizamos o tempo de resposta das equipes quando recebemos a solicitação via 156”, conta Lanfranchi.

Uma das principais preocupações da Prefeitura de São Paulo é reconhecer a população em situação de rua como sujeitos de direitos e, para isso, pensar em alternativas que ofereçam abordagens efetivas.

“Conseguimos saber, por meio dos censos, onde está localizada cada faixa etária. E com a geolocalização conseguimos mapear onde estão situados crianças e adolescentes, por exemplo, para um direcionamento efetivo das equipes de acolhimento, conclui Lanfranchi.

Rodrigo Emídio Krol, Supervisor do Setor de Procedimento de Manutenção em vegetação da COPEL, uma das maiores companhias elétricas do Brasil, falou sobre o Projeto de Gestão na Vegetação e dos desafios enfrentados quanto ao mapeamento da vegetação em áreas de rede elétrica.

“O GIS nos trouxe agilidade muito maior para identificar as árvores nas redes de distribuição, com isso, estamos conseguindo reduzir os desligamentos causados pelas quedas”, contou.

Além do controle efetivo e responsável, o mapeamento da vegetação possibilitou a alocação otimizada dos custos no ciclo contínuo que vai desde a fiscalização até a execução. Para o executivo, dados coletados com qualidade significam execução correta.

Aproveitando o gancho a equipe de produtos da Imagem apresentou a nova ferramenta do ArcGIS, o Living Atlas of The World, coleção selecionada de mapas, camadas e aplicativos prontos para uso para facilitar, ainda mais, o mapeamento e controle dos dados. Orlandi demonstrou com imagens e exemplos práticos as funcionalidades da ferramenta para os usuários do GIS.

Já Alexandre Gonçalves, Gerente de Geoprocessamento da Prefeitura de Recife, falou sobre a importância do monitoramento climático na região após os eventos enfrentados pela Prefeitura em 2022.

“Enfrentamos uma sequência de desastres climáticos no ano passado, isso nos levou a buscar soluções para monitorar o clima em nossa região e definir as estratégias de tomadas de decisões no pré, durante e pós das ocorrências”, explica Gonçalves.

A Prefeitura de Recife criou um Centro de Operações com espaço estratégico para gerenciamento de ocorrências e tomada de decisão integradas relacionadas à gestão da cidade em situações normais e adversas, de modo a garantir a segurança e qualidade de vida da população recifense.

Entre os principais benefícios do Centro de Operações está a atuação dos órgãos de forma integrada.

“Desenvolvemos, em parceria com a Imagem, uma matriz de mudança para avaliar a gestão das ocorrências em tempo real. Conseguimos medir, em tempo real, o status de cada ocorrência (fortes chuvas, deslizamento de barreiras, recolhimento de animais) assim como, o direcionamento para o órgão correto”, conclui Gonçalves.

Outro ponto de destaque no período da manhã foi a participação de João Ernesto Ferreira Neto, Coordenador da Companhia de Saneamento do Paraná, a SANEPAR, que falou sobre a utilização do ArcGIS, visando a melhoria no acesso, controle, gestão e disponibilização das informações nas estações de tratamento de esgoto.

“Nossa maior dor era com relação à fiscalização dos serviços. Em um cenário anterior, havia baixa rastreabilidade e as fiscalizações eram esparsas, além da dificuldade no levantamento de dados”, comentou Neto.

Os principais objetivos do SANEPAR com as ferramentas do sistema ArcGIS é um melhor monitoramento ambiental, inovação de análise e tomada de decisão, interoperabilidade a partir da adoção de solução corporativa e transparência e melhor prestação de serviço à sociedade.

“Com a implantação do Projeto Mobile SME, desenvolvido com as ferramentas Workforce, Survey 123 e Dashboard, agora temos resultados em tempo real, informações exatas, qualidade nas fiscalizações e economia sustentável”, conclui Neto.

A manhã foi finalizada com a fala de Carlos Eduardo Machado Pires, Gerente de geoprocessamento, da Companhia de Saneamento Ambiental, a CAESB, contou sobre o maior desafio da companhia: a gestão do cadastro técnico.

“Anteriormente, nosso cadastro técnico tinha um modelo de dados complexo e uma representação limitada da interação entre os componentes da rede. Isso nos deixava impossibilitados de realizar análise de redes, além do fluxo de atualização ser realizado com softwares de terceiros”, relata Pires.

Ao migrar o cadastro técnico para a Utility Network, uma das ferramentas do ArcGIS Pro, a CAESB alcançou um modelo de dados simplificado, validação das regras topológicas e hidráulicas, em tempo real e muito mais mobilidade em suas operações.

A programação da tarde teve início com a participação de Mairon Bozanini, analista de geoprocessamento na Suzano Papel e Celulose. A empresa, que conta com uma área de 1,6 milhões de hectares para plantio de mais de 1,2 milhões de mudas por dia, utiliza o ArcGis para equilibrar a balança de entregas, ajudando na melhor gestão das áreas, otimizando os atendimentos e criando uma maior padronização do trabalho.

“Precisávamos buscar uma sinergia entre o departamento de GEO e a operação. Materializar a ideia, unir forças, criar as regras para, a partir daí, colocar em prática. E os resultados que obtivemos são excelentes”, conta. Por meio da extração de dados automatizada, a empresa teve um retorno de mais de 460 horas, que agora podem ser utilizadas para tomada de decisões mais estratégicas.

Quem também falou sobre as funcionalidades da geotecnologia foram os especialistas Henrique Rocha Ribeiro e Jussara Procópio, da VALE. Eles levaram para o painel informações valiosas sobre a utilização da geotecnologia para segurança do trabalhador, principalmente em áreas de risco.

Por meio de dados de residências, capacidade do uso de energia, inferência da contagem de telhados, dentre outros indicativos, a empresa consegue hoje chegar à totalidade de pessoas que vivem nos entornos de barragens, além de áreas com potencial de aglomeração de pessoas.

Esses dados podem ser determinantes para a sobrevivência da comunidade em caso de algum acidente.

“Eu vejo nesse projeto um incentivo para transformar a mineração em uma atividade ainda mais segura e sustentável”, contou Jussara.

Na sequência a equipe de produtos e indústria da Imagem compartilhou as atualizações sobre os principais produtos da empresa e como as funcionalidades podem ser utilizadas por clientes dos mais diversos segmentos, sejam eles públicos ou privados. Ao lado de diversos porta-vozes do Grupo Imagem eles detalharam o workflow, o ArcGIS Enterprise, a ferramenta de gestão de ativos e o Streetmaps premium.

Ana Karla Pontes, da Hydro Paragominas, mostrou como a mineradora vem utilizando recursos de Inteligência Artificial (IA), para proteção da biodiversidade amazônica. Com o uso de tecnologias, a empresa pode criar modelos de classificação de uso e ocupação de solo, analisar as mudanças identificadas pela IA, classificar os alertas de mudanças por criticidade das áreas e processar em nuvem todas as informações, para que possam ser acessadas remotamente por diversos departamentos e profissionais.

Na reta final das apresentações, Gabriel Henrique Fernandes, da Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (TAESA), falou sobre integração de dados e dashboards. A empresa, que é uma dos maiores grupos privados de transmissão de energia elétrica do Brasil, utiliza recursos de geotecnologia dentro da gestão de linhas de transmissão, faixas de servidão e no monitoramento de queimadas.

“Na operação em campo, o colaborador faz o levantamento de todas as informações necessárias, na sequência já subimos para o ambiente do ArcGis, para os bancos de dados. Por fim, conseguimos enviar essas informações coletadas diretamente para a base da ANEEL, tudo por meio de um sistema integrado”, conta. O executivo complementa que, com o uso da solução, a TAESA economiza tempo e recursos financeiros, além de abrir a possibilidade para os colaboradores de explorarem outras áreas da empresa.

Encerrando o ciclo de apresentações, Nara Pantoja, Coordenadora Geral do CENIMA/ IBAMA, falou sobre a Plataforma de Análise e Monitoramento Geoespacial da Informação Ambiental (PAMGIA), plataforma web de visualização, análise e monitoramento geoespacial dos diversos temas de atuação do IBAMA, estruturada por meio do ArcGIS, visando a melhoria no acesso, controle, gestão e disponibilização das informações ambientais ao público interno e externo. A plataforma, que foi premiada no Special Achievement in GIS (SAG) da Esri – maior evento de GIS (Sistemas de Informações Geográficas) do mundo – surgiu para que o Ibama possa se tornar um ponto central de busca para toda e qualquer informação ambiental do Brasil.

Por fim, a banca de especialistas da Imagem Geosistemas premiou a Prefeitura de São Paulo, a Sanepar, a CPRM, a Rumo Logística e a Prefeitura de João Pessoa, pelo uso avançado da geotecnologia em projetos.

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