Um dispositivo geolocalizável instalado na suspensão de cerca de 100 carros que funcionam como táxis e Uber está ajudando a cidade de São Paulo a monitorar a qualidade da pavimentação de suas ruas — e a ganhar alguns pontos no ranking de cidades inteligentes. O equipamento da empresa de tecnologia GeoVista possui sensores, câmeras e processadores com rede neural capazes de detectar rugosidades, buracos nas vias, além da presença de árvores, postes, placas, caçambas e entulho. O equipamento fotografa os buracos e alimenta um sistema que automaticamente emite ordens de serviço de reparos.
A ferramenta, que ainda gera uma renda extra para os motoristas que carregam o dispositivo, emite informações em tempo real que permitem montar um mapa atualizado de toda a cidade criando indicadores da qualidade de suas ruas e avenidas. São Paulo possui cerca de 17 mil km de vias e, segundo a Prefeitura da cidade, até o momento, 14 mil (81%) já foram monitoradas pela Geovista.
Leia também
- Caesb vai usar satélite para rastrear vazamentos de água no DF
- Jorge Francisconi: Distritos digitais, smart cities e cidades inteligentes — o potencial brasileiro
- Luís Massonetto: “Vários países vêm estruturando modernas agências geo. Talvez seja um caminho”
Como é toda automática e baseada em inteligência artificial, a tecnologia gera eficiência na aplicação do dinheiro público e entrega por mês mais de 1 bilhão de linhas de Excel em informaões para a Prefeitura de São Paulo: “A engenharia sempre trabalhou com pouca informação — e compensava isso com coeficientes de ponderação. Mas hoje, com a quantidade de dados disponíveis, a falta de informação não pode ser mais uma muleta para não se tomar a melhor decisão”, afirma a O Globo o engenheiro civil Flávio Maranhão, sócio da GeoVista junto com o engenheiro eletrônico Angelo Zanini.
Além do sistema que acompanha a qualidade da pavimentação, a GeoVista também fornece à cidade de São Paulo uma ferramenta que monitora pontos de alagamentos por chuva com 80% de assertividade. E possui também um contrato com a Comgás para detectar pontos de vazamentos de gás na cidade.
Fonte: O Globo