A imagem desta semana é uma impressão artística do satélite da Missão Espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), observando a Via Láctea. A imagem do fundo do céu é compilada a partir de dados de mais de 1,8 bilhão de estrelas, mostrando seu brilho total e cores.
Na semana passada, a Missão Espacial Gaia realizou seu terceiro data release divulgando enormes quantidades de dados do satélite, com indicadores altamente precisos sobre posição e brilho de 1,8 bilhão de estrelas, entre outras informações obtidas a partir da observação de 2,9 milhões de galáxias.
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Os dados permitirão descrever o Sistema Solar e a Via Láctea de uma forma mais realista, além de detectar planetas orbitando outras estrelas (exoplanetas) e caracterizar galáxias mais distantes. O satélite, que tem dois telescópios especiais com um plano focal comum e três instrumentos de medidas astrométricas (posição, distância e movimentos), fotométricas (brilho em luz branca), foto-espectrométricas (brilho, cor e espectro de baixa resolução) e espectroscópicas (velocidades radiais e composição química), leva seis horas para dar uma volta em torno de si mesmo com um eixo de rotação de cerca de dois meses.
“Essas observações repetidas ao longo do tempo permitem alcançar precisões até bem pouco tempo inimagináveis”, conta o professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, Ramachrisna Teixeira, membro do Gaia – Data Processing and Analysis Consortium (DPAC): “Por exemplo, a grandeza mais importante da astronomia, a paralaxe estelar, um pequeno deslocamento das estrelas no céu devido ao movimento orbital da Terra, que fornece a distância e calibra a escala de distância do Universo, está sendo medida com precisões de microssegundos de grau”, explica.
Fonte: Jornal da USP