Gilberto Tomazoni, CEO da JBS, maior produtora global de carne, defendeu a necessidade de um programa governamental obrigatório de rastreamento de gado no Brasil como medida para conter o desmatamento da Amazônia. Ele seria impulsionado pela pecuária, venda de madeira e agricultura, ameaçando as metas climáticas globais.
Para o CEO da JBS, a solução para o desmatamento no Brasil é implementar um sistema nacional obrigatório de rastreamento de animais, que envolve sensoriamento remoto e gestão de geoinformação. Atualmente, o Brasil não possui um programa desse tipo.
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Como o maior exportador de carne do mundo, o Brasil enfrenta acusações de que produtores criminosos contribuem para o desmatamento. A JBS afirma que monitora seus fornecedores de gado usando monitoramento por satélite e tecnologia blockchain para evitar o desmatamento em sua cadeia de suprimentos.
Apesar disso, ambientalistas se opõem à intenção da empresa de lançar ações na bolsa de Nova York, preocupados com seu possível envolvimento em desmatamento e questões climáticas. A JBS alega que sua proposta de entrada na bolsa de Nova York visa melhorar a governança corporativa e a transparência, aderindo aos padrões da SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA. A partir de janeiro de 2026, somente produtores registrados na ferramenta de blockchain da empresa poderão fazer negócios com a JBS, de acordo com a empresa.
No ano passado, promotores brasileiros descobriram que aproximadamente 17% do gado comprado pela JBS no estado do Pará, entre julho de 2019 e junho de 2020, provinha de pastos com irregularidades, incluindo desmatamento ilegal. A JBS afirmou na época que as questões que levaram a essas aquisições foram resolvidas.
Com informações de Tom Polansek