Três estados americanos e o Distrito de Washington estão processando o Google por alegadamente enganar os usuários ao rastrear sua localização. Os procuradores-gerais do Texas, Indiana, Washington (Estado) e da capital federal dos Estados Unidos acusam o gigante de tecnologia de mentir sobre os métodos empregados para coletar e usar dados de localização de usuários do Android, alegando que certos aplicativos não funcionariam sem dados de localização.
Os procuradores falam em “métodos de design enganosos” chamados “padrões escuros” usados para impedir que os usuários protejam sua privacidade. Entre as estratégias que eles dizem ser usadas pelo Google para conseguir o que quer estariam “repetidas cutucadas, táticas de pressão enganosas e descrições evasivas sobre recursos e configurações”. As quatro ações são movidas de acordo com as leis locais de proteção ao consumidor e buscam multar o Google, interrompendo sua prática de coletar dados de localização de usuários que optaram por não entregá-los.
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Na ação movida pelo procurador-geral de Washington DC, Karl A. Racine, o Distrito diz que o Google “tem sistematicamente enganado os consumidores sobre como suas localizações são rastreadas”, em aparelhos Android, tornando “quase impossível” aos usuários impedir o Google de rastreá-los. Ele quer que a Justiça americana ordene que o Google devolva os lucros que obteve como resultado de seu comportamento ilegal. Já o procurador-geral de Indiana, Todd Rokita, diz que “o Google priorizou os lucros sobre as pessoas; os ganhos financeiros sobre o cumprimento da lei”.
Segundo Racine, a empresa faz parecer que o consumidor pode impedir que seus locais sejam rastreados alterando as configurações em seus telefones. Mas ele explica que, independentemente das configurações e alterações feitas pelos donos de Android, seus dados de localização continuam sendo coletados pelo Google.
O que diz o Google
Em 2018, reportagem da Associated Press (AP) explicava como, mesmo com a configuração do histórico de localização desativada, o Google continuava rastreando a posição dos usuários para fornecer atualizações meteorológicas em áreas relevantes para eles.
José Castañeda, porta-voz do Google, disse que os procuradores-gerais estão abrindo o caso com base em “alegações imprecisas e afirmações desatualizadas” sobre as configurações da plataforma: “Sempre incluímos recursos de privacidade em nossos produtos e fornecemos controles robustos para dados de localização. Nos defenderemos vigorosamente e vamos esclarecer as coisas”.
Fonte: Phone Arena