Google paga milhões para encerrar processos por rastreamento de usuários

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Rastreamento de usuários: ao todo, já são 42 estados americanos e mais de US$ 400 milhões pagos em acordos – imagem: Rawpixel

O Google fechou dois acordos na Justiça dos Estados Unidos pelos quais vai pagar quase US$ 30 milhões para encerrar processos sobre “práticas enganosas” no rastreamento da localização de usuárias movidos pelas unidades da federação de Indiana e Washington D.C. – US$ 20 milhões para Indiana e US$ 9,5 milhões para o distrito da capital.

Os dois casos se somam a acordos semelhantes fechados com outros 40 estados americanos pelos mesmos motivos: rastreamento dos usuários sem seu consentimento expresso. Ao todo, a gigante tech está pagando mais de US$ 400 milhões e ainda tem pela frente mais dois processos iguais no Texas e no estado de Washington (noroeste dos EUA, na fronteira com o Canadá).

Pelo acordo, a gigante de tecnologia terá de notificar usuários que tenham ativado o Histórico de localização e a configuração Web & App Activity sobre se os dados de localização estão sendo coletados, além de informar as etapas que eles devem seguir para desativar essas configurações e excluir as informações. Também terá de passar a excluir automaticamente em 30 dias os dados de rastreamento do Web & App Activity derivados de dispositivos ou de endereços IP.

O Google deverá ainda manter uma página da Web para divulgar todos os tipos e fontes de dados de localização que coleta, além de se abster de compartilhar com anunciantes terceiros informações precisas de localização dos usuários sem seu consentimento explícito.

“Dado o vasto nível de rastreamento e vigilância que as empresas de tecnologia podem incorporar em seus produtos largamente utilizados, é justo que os consumidores sejam informados sobre a importância dos dados do usuário, incluindo informações sobre todos os seus movimentos coletadas, rastreadas e utilizadas por essas empresas”, diz o procurador-geral de Washington DC, Karl A. Racine.

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Os casos envolvendo os estados americanos começou em 2018, com a descoberta de que, apesar de desativadas as opções do Histórico de Localização, a empresa seguia rastreando o paradeiro dos usuários no Android e no iOS por meio da configuração Web & App Activity. Além disso, o Google foi acusado de empregar padrões obscuros nas escolhas do design com a intenção de enganar os usuários, que realizariam ações para violar a própria privacidade, compartilhando outras informações sem ciência ou aprovação.

Em comunicado divulgado à imprensa há duas semanas, o estado de Indiana afirmou que “o Google usa dados de localização coletados dos consumidores de Indiana para criar perfis detalhados de usuários e direcionar anúncios, mas o Google tem iludido e enganado os usuários sobre suas práticas desde pelo menos 2014”.

O Google se defende e, em novembro, afirmou que os processos são baseados em “políticas de produtos desatualizadas”, justificando que lançou uma série de aprimoramentos de privacidade e transparência permitindo aos usuários excluir automaticamente dados de localização vinculados a suas contas.

A empresa acrescentou que começará a fornecer informações mais “detalhadas” sobre o controle do Web & App Activity, além de lançar um hub de informações e um novo interruptor para “de maneira simples” desativar as configurações do Histórico de localização e da Web & App Activity.

Fonte: The Hacker News

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