Desde semana passada e até dezembro, técnicos do IBGE realizam o primeiro teste nacional com vistas ao Censo Demográfico 2022. Ao todo, 250 recenseadores estão percorrendo comunidades, bairros, municípios e distritos das 27 unidades da federação. A coleta, com a pesquisa sobre as características do entorno dos domicílios e o modelo misto de entrevistas (presencial, pela Internet ou por telefone), vai até novembro. Depois, seguem-se a fase de supervisão e a pesquisa de pós-enumeração, que avalia a cobertura e a qualidade da coleta de dados do estudo censitário.
Serão aplicados os dois tipos de questionário: o básico e o da amostra. O básico tem 26 questões e investiga as principais características do domicílio e dos moradores. O da amostra, com 77 perguntas, será aplicado a uma parcela dos lares, explorando temas específicos como características dos domicílios, identificação étnico-racial, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, deficiência, migração interna ou internacional, educação, deslocamento para estudo, trabalho e rendimento, deslocamento para trabalho, mortalidade e autismo.
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Em relação ao último Censo, em 2010, os dois questionários foram reduzidos. O básico perdeu oito questões e o da amostra, 25. O IBGE, no entanto, afirma que nenhuma pergunta foi retirada “sem que haja uma estratégia para seu levantamento por fontes alternativas ou uma justificativa técnica robusta, de modo que o censo seja preservado em suas séries históricas e temáticas essenciais”. O tema sobre emigração internacional, por exemplo, foi integralmente retirado da operação, mas, segundo o IBGE, serão obtidos “a partir de registros administrativos disponíveis no Ministério da Justiça e Segurança Pública”.
Já algumas informações detalhadas sobre características do domicílio, trabalho e rendimento serão levantadas por outras pesquisas domiciliares amostrais regulares da Fundação, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), enquanto os dados sobre deslocamento, investigados por pesquisas tradicionais, também podem ser objeto de estudos baseados em Big Data e mineração de dados, “como já apontam algumas experiências internacionais bem-sucedidas”, segundo o IBGE.
O teste das próximas semanas vão avaliar também o desempenho em campo da infraestrutura tecnológica do Censo, com destaque para os dispositivos móveis de coleta (DMC) já usados em 2010. Semelhantes a um smartphone, na cor azul (foto acima), os DMCs, agora, têm chips com acesso à Internet, permitindo transmitir informações para o banco de dados do IBGE ao fim da coleta, além de fazer e receber chamadas dos moradores para realização das entrevistas.
O armazenamento em nuvem também será utilizado para carregar mapas e coordenadas rapidamente nos DMCs. O IBGE terá ainda à disposição data centers mais modernos e robustos capazes de receber grandes quantidades de informações com performance de alto desempenho, processando dados com maior velocidade e agilizando o manuseio das informações e a divulgação para a sociedade. “Com essas tecnologias, vamos fazer o acompanhamento e controle da coleta nos setores censitários de forma on-line e em tempo real”, diz o coordenador dos Serviços de Informática do IBGE, José Luiz Thomaselli Nogueira.
Entre junho e agosto do próximo ano, cerca de 200 mil pessoas participarão da coleta de dados do Censo 2022 visitando cerca de 78 milhões de domicílios em todo o país.
Fonte: Agência Brasil