Jornalistas agora podem acessar imagens de satélite de alta qualidade gratuitamente

Em artigo originalmente publicado pela Rede Internacional de Jornalismo Investigativo e republicado na IJNet, o avanço das plataformas de dados abertas permitiu que jornalistas em qualquer lugar do mundo possam acessar imagens de satélite de alta qualidade de maneira rápida e sem custo. A possibilidade de obter registros detalhados do território terrestre, sem necessidade de conhecimento técnico avançado, tem se tornado uma ferramenta essencial para investigações jornalísticas e monitoramento de diversas pautas.

Essa acessibilidade, no entanto, não garante que as imagens disponíveis sempre cubram as datas exatas desejadas ou estejam livres de interferências como a nebulosidade. Mesmo assim, especialistas apontam que o acesso irrestrito a esses dados representa um avanço significativo para redações com recursos limitados, permitindo um nível de apuração antes restrito a veículos de grande porte.

Recentemente, um webinar da Rede Global de Jornalismo Investigativo (GIJN) reuniu especialistas para discutir as melhores práticas na obtenção e uso de imagens de satélite gratuitas. O evento contou com a participação de Carl Churchill, do The Wall Street Journal, Yao-Hua Law, jornalista ambiental da Malásia, e Laura Kurtzberg, especialista em visualização de dados. A alta adesão ao evento, com mais de 600 participantes de 114 países, reflete o crescente interesse dos jornalistas em explorar essa tecnologia.

Além das plataformas públicas como NASA WorldView e EO Browser, os especialistas destacaram o Copernicus Browser, da Agência Espacial Europeia, como uma das ferramentas mais eficazes para acesso a imagens de satélite. Diferente de outras soluções, o Copernicus permite baixar imagens individuais com alta resolução, possibilitando a análise detalhada de terrenos e mudanças ao longo do tempo. A plataforma também oferece filtros para seleção de imagens com menor cobertura de nuvens e diferentes modos de visualização, facilitando investigações jornalísticas.

A utilização de imagens de satélite vai além da cobertura de conflitos e desmatamento, podendo auxiliar na análise de mudanças urbanas, verificação de declarações e planejamento de reportagens em locais remotos. Em casos que exigem imagens ainda mais detalhadas, especialistas recomendam que jornalistas solicitem diretamente às empresas privadas de satélite, muitas das quais disponibilizam imagens gratuitamente para cobertura de eventos de grande impacto. Essa nova realidade torna o uso de dados espaciais uma ferramenta estratégica para o jornalismo investigativo global.

Para acessar o artigo da IJNet, clique aqui.

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