Leques cartográficos: mapas para refrescar

leques e mapas
Leque francês de 1898. Este lado mostra o Parque Bois de Bologne, no centro de Paris. O outro, no fundo desta matéria, exibe o mapa da cidade – imagem: Biblioteca Britânica – domínio Público

Edmilson Volpi*

Ao longo da história, os leques de mão não foram apenas funcionais, mas peças decorativas e altamente colecionáveis. Muitos foram embelezados com obras de arte ou desenhos ornamentais em seus tecidos ou papeis. Mas, vários deles foram decorados com mapas, como mostra essa reportagem de Caitlin Dempsey, editora do Geography Realm.

Leques de mão são objetos feitos de grandes pedaços de papel ou tecido que podem ser balançados criando um fluxo de ar, o que aumenta a evapotranspiração da pele graças a um agradável efeito de resfriamento naqueles dias mais quentes do ano. Normalmente, eles são feitos em formato de acordeão, o que permite dobrá-los de maneira compacta, tornando prática a sua acomodação e transporte.

Os primeiros leques de mão descobertos datam do século IV a.C. A Tumba de Tutancâmon (KV62) incluía um leque com cabo de marfim que talvez contivesse penas de avestruz.

Os motivos decorativos dessas peças são os mais variados, mas, em alguns momentos da história, alguém teve a ideia de desenhar mapas neles. Nesses casos, os leques passam também a ser considerados cartifatos, ou seja, mapas utilizados mais como desenhos do que como fontes de informação.

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Veja a seguir alguns belos exemplos de leques com cartifatos.

Gravura de um mapa italiano em leque

Embora a gravura abaixo não seja um leque de verdade, este mapa topográfico italiano do século XVII foi desenhado em forma de leque. É atribuído a Stefano della Bella, que viveu em Florença entre 1610 e 1664, e o desenho seria uma representação de Porto Ercole, no litoral da Toscana.

Plano topográfico, supostamente de Porto Ercole, na Itália (imagem: Metropolitan Museum – domínio público)

Leque com mapa inglês

Este leque produzido no final do século XVIII é um mapa alegórico gravado por Vincent Woodthorpe (1764-1822). O mapa apresenta uma jornada pela juventude.

Imagem: Biblioteca Firestone, Princeton

Leque com um mapa do Sul do País de Gales

Um cartógrafo desconhecido criou este leque com um mapa do Sul do País de Gales. O leque é acompanhado pela assinatura de “Miss Watkins, 1817”.

Imagem: National Museum Wales

Leque com Mapa Chinês

O uso de leques na China data de 475 a 221 a.C. Os leques chineses eram frequentemente embelezados com caligrafia, flores, pessoas e, às vezes, mapas.

Este data de 1890 e mostra um mapa das divisões administrativas e políticas na China, incluindo cartas gerais de Taiwan e da Coréia. Chamado de da Qing ye tong er shi san sheg yu di quan tu, ele pode ser traduzido como “Mapa Completo das Vinte e Três Províncias da Grande Dinastia Qing”.

Imagem: Biblioteca do Congresso americano

Leque com Mapa Coreano

Este leque do século XIX apresenta um mapa manuscrito da Coreia.

Imagem: Biblioteca do Congresso americano

Leque com um mapa de Paris para Ciclistas

Este mapa em um leque de 1898 mostra as ruas de Paris e foi feito para ciclistas. Um lado mostra um mapa de Paris e o verso (foto do topo da página) mostra o Bois de Boulogne, um parque público localizado no 16° arrondissement de Paris.

Mapa da cidade de paris em leque de 1898. O outro lado (todo da página), mostra o Parque Bois de Boulogne – imagem: Biblioteca Britânica – domínio público

Leia aqui o artigo original e a tradução, no Curiosidades Cartográficas.

Edmilson M. Volpi é engenheiro Cartógrafo e editor da página Curiosidades Cartográficas no Facebook Instagram

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