Luís Rasquilha: “Aliados à IA, dados serão o maior game changer da nossa geração”

Luis Rasquilha, CEO da Inova Brasil

Um dos maiores especialistas no mapeamento de tendências e macrotendências para embasar o planejamento estratégico dos negócios, Luis Rasquilha, CEO da Inova Consulting, colunista da MIT Sloan Review Brasil e professor convidado da Fundação Dom Cabral e Hospital Albert Einstein, acredita que os dados serão a grande estrela do que chama a “maior transformação da história da Humanidade”. Em entrevista ao Geocracia, Rasquilha afirma que, aliada a tecnologias como Inteligência Artificial, IoT e às naturais preocupações com transparência e rastreabilidade, a gestão do gigantesco e crescente volume de dados de nossa geração será o principal fator da evolução da nova sociedade.

Todos falam que as tecnologias vieram para ficar. Mas quais efetivamente ficarão após o aprendizado da pandemia?

Eu acredito que a conectividade será sempre o pano de fundo, embora tangibilizado de diversas formas. Quando pensamos em tecnologias concretas, sem dúvida que Inteligência Artificial será o maior game changer aliado aos dados (big data, data lake, data ocean e smart data). O IoT será parceiro e suporte para ajudar a conectar coisas, máquinas e pessoas, mudando forma de pensar e de atuar nos negócios. Em paralelo, a crescente preocupação com rastreabilidade e transparência irá acelerar temas de blockchain. E as tecnologias mais normais, como lives, calls por apps de conferência, redes sociais etc, já não se questionam mais. 

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Você já afirmou que vivemos a maior transformação da história da humanidade apoiada em duas grandes revoluções: a tecnológica, resultante da evolução exponencial da inteligência artificial e da conectividade permanente, e a biológica, baseada na neurociência. Como você enxerga a questão geoinformacional, que muitos autores entendem formar o tripé da revolução acima descrita? Estamos condenados a sermos peixes coloridos nos monitores de empresas e governos?

Peixes coloridos não sei (rs), mas que nossos dados estarão cada vez mais sendo rastreados e analisados, sem dúvida. Seja por uma lógica de segurança, seja por uma lógica comercial, os dados serão (já são) o ativo mais importante das empresas e dos negócios. E isso cresce exponencialmente, de forma às vezes até perigosa. Mas esse é o caminho. 

Talvez sejamos a primeira geração que descasou o local de trabalho e o da residência. Com o aumento do trabalho remoto, as pessoas passam a morar onde bem entendem. Como essa “consequência geográfica” da pandemia se encaixa no estudo das tendências e do futuro e que outros reflexos ela pode trazer?

A gente mapeia a urbanização e a questão dos chamados nômades digitais e vê uma maior descentralização do talento e do trabalho e, ao mesmo tempo, maior amplitude de globalização do tema. Podemos morar aqui e trabalhar numa empresa a x km de distância em outro estado, país ou continente. E isso não vai regredir, pois percebo que funciona no nível profissional e pessoal, com pessoas experimentando mais qualidade de vida e mais felicidade com essa mudança.

Como será esse novo mundo altamente georreferenciado, hiper conectado por smartphones, monitorado por nano satélites, drones e vants e com equipamentos orientados por geolocalização, IA e IoT?

Um mundo de dados e elevada assertividade e eficácia nas ações empresariais. Não tem outro caminho. Assertividade, eficiência e resultados.

Qual seria sua mensagem para os empreendedores de geoinformação?

Como aliar o inconformismo com a competência técnica para alcançar seus objetivos. Há que juntar competência tech com humana sob pena de desequilibrar a balança. Esse é o futuro.

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