O recente lançamento da Overture Maps Foundation, anunciado pela Linux Foundation (fundada pela Amazon Web Services – AWS, Meta, Microsoft e TomTom), está sendo comemorado pela comunidade que promove a o desenvolvimento de dados geoespaciais abertos. Com dados dos mapas abertos e extensíveis a todos sob uma licença de dados abertos, a Overture, segundo seus criadores, “impulsionará a inovação, viabilizando uma rede de comunidades que cria serviços com base nos sues dados”.
Em nota no sei seu blog, a OpenStreetMap Foundation, afirma que “o lançamento da Overture Maps Foundation é um desenvolvimento significativo no mundo dos dados de mapas abertos”. A organização que apoia e mantém o Projeto OpenStreetMap e se dedica a promover o crescimento, desenvolvimento e distribuição de dados geoespaciais gratuitos para uso e compartilhamento universais, diz que, “embora muitos detalhes da Overture permaneçam obscuros, a OpenStreetMap Foundation está interessada em entender melhor o projeto”.
“Na melhor das hipóteses, o OpenStreetMap se beneficiaria dos avanços da Overture em desenvolvimento de software, dados e financiamento”, segue o comunicado, acrescentando, porém, que alguns riscos foram identificados e que a organização continuará a desenvolver a capacidade de aumentar a comunidade e financiar a infraestrutura e desenvolvimento futuros.
No último dia 15, a Linux Foundation, organização global sem fins lucrativos que permite inovação por meio do código aberto, anunciou a formação da Overture, um novo esforço colaborativo para desenvolver dados de mapas abertos interoperáveis como ativo compartilhado para fortalecer os serviços de mapeamento em todo o mundo. A iniciativa está aberta a todas as comunidades com interesse comum em criar dados de mapas abertos.
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Segundo a Linux, a missão da Overture é “habilitar produtos de mapas atuais e da próxima geração, criando dados de mapas abertos confiáveis, fáceis de usar e interoperáveis” – base para a extensibilidade possibilitando que empresas contribuam com seus próprios dados. A ideia é que os membros da iniciativa combinem recursos para criar dados de mapas completos, precisos e atualizados à medida que o mundo físico muda.
“Mapear o ambiente físico e todas as comunidades do mundo, mesmo quando elas crescem e mudam, é um desafio extremamente complexo que nenhuma organização pode gerenciar. A indústria precisa se unir para fazer isso em benefício de todos”, diz Jim Zemlin, diretor executivo da Linux Foundation. “Estamos entusiasmados por facilitar essa colaboração aberta entre as principais empresas de tecnologia para desenvolver dados de mapas abertos e de alta qualidade que permitirão inovações incontáveis para o benefício de pessoas, empresas e comunidades”.
Os dados de mapas hoje fundamentam milhares de aplicativos para pesquisa e descoberta local, roteamento e navegação, logística, mobilidade, direção autônoma e visualização de dados. No futuro, os serviços de mapas potencializarão os aplicativos de realidade aumentada, mesclando os mundos digital e físico para oferecer experiências sociais, de jogos, educacionais e de produtividade ricas.
Junto com outros colaboradores, a Overture pretende entregar:
- Construção colaborativa de mapas: visa a incorporar dados de várias fontes, incluindo membros da Overture, organizações cívicas e fontes de dados abertos.
- Sistema de referência de entidade global: a Overture simplificará a interoperabilidade com um sistema que vincula entidades de diferentes conjuntos de dados às mesmas entidades do mundo real.
- Processos de garantia de qualidade: os dados passarão por validação para detectar erros de mapa, quebra e vandalismo para ajudar a garantir que os dados do mapa possam ser usados em sistemas de produção.
- Esquema de dados estruturados: a Overture definirá e conduzirá a adoção de um esquema de dados comum, estruturado e documentado para criar um ecossistema fácil de usar de dados de mapas.
Atualmente, desenvolvedores que fornecem serviços de mapas enfrentam diversos desafios, como garantir fornecimento e curadoria de dados abrangentes, atuais e de qualidade de fontes diferentes, o que é caro e difícil. Vários conjuntos de dados fazem referência às mesmas entidades do mundo real usando suas próprias convenções e vocabulário, o que pode dificultar sua combinação. Os dados do mapa também são vulneráveis a erros e inconsistências.