É importante que o Brasil conheça a origem de cada boi abatido para garantir a segurança alimentar da população e assegurar que as práticas agrícolas sejam éticas e responsáveis. A rastreabilidade dos animais, feitas por meio de geotecnologias que mostram o posicionamento do gado ao longo de sua vida, também pode ajudar a prevenir a propagação de doenças e a garantir a qualidade da carne produzida.
A procedência da carne vendida no Brasil e também da carne exportada varia de acordo com a empresa e região. No entanto, existem regulamentos e leis que exigem que a origem da carne seja identificada e rastreada ao longo de todo o processo de produção, desde o nascimento do animal até o abate e comercialização.
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No caso da carne exportada, além dos regulamentos locais, é preciso atender aos requisitos dos países importadores, que podem incluir exigências de rastreamento e segurança alimentar. Algumas empresas de carne investem em tecnologias de rastreamento e monitoramento para garantir a rastreabilidade da carne e atender aos regulamentos e exigências locais e internacionais.
Neste contexto, há uma articulação das três gigantes da carne (Marfrig, JBS e Minerva) visando a rastreabilidade total do rebanho bovino brasileiro, que começa a entrar na agenda dos bancos, da própria entidade que reúne a indústria da carne, a Abiec (Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne), e das políticas públicas que vêm sendo empurradas cada vez mais para modelos de sustentabilidade das cadeias produtivas. Juntas, as três gigantes faturaram R$ 463,04 bilhões em 2021, últimos dados anuais publicados e que podem ser conferidos no Forbes Agro100.
“A rastreabilidade tem de acontecer e a gente precisa articular com os bancos para que haja financiamento e para que os produtores possam fazer isso com a participação da própria indústria frigorífica”, diz o economista Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e comunicação corporativa da América do Sul na Marfrig Global Foods, empresa com receita líquida de R$ 85,38 bilhões em 2021.
O Brasil tem cerca de 190 milhões de bovinos, segundo consultorias como a Athenagro, e acima de 200 milhões pela conta do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por ano, em torno de 30 milhões de animais saem das fazendas rumo aos frigoríficos.
A Geocracia recomenda a leitura da entrevista de Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da Marfrig, sobre o tema.
Com informações da Forbes