A Agência de Investigação da Marinha dos Estados Unidos entregou a um grupo de cientistas a tarefa de viabilizar um sistema de geolocalização baseado em múons, uma subpartícula atômica capaz de gerar uma precisão tão grande quanto o GPS. A nova tecnologia serviria para garantir a navegação em áreas de fraca atuação dos satélites ou mesmo em casos de neutralização desses equipamentos por forças inimigas.
Os pesquisadores têm até junho de 2022 para demonstrar na prática o, que já é conhecido em teoria pela comunidade científica. Mais pesados que os elétrons, os múons são uma das partículas subatómicas fundamentais resultante da colisão de raios cósmicos com a atmosfera da Terra. Apesar de durar apenas 2,2 microssegundos, o múon é constantemente criado na atmosfera e consegue atravessar quase todas as superfícies a uma velocidade praticamente igual à da luz.
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Em artigo da Nature publicado no ano passado, os múons foram descritos como universais e dotados de uma natureza relativista, que permite serem usados para posicionamento em três dimensões, mesmo sob a água ou solo, com grande precisão, passando por rochas e edifícios.
Uma de suas grandes vantagens é que, como estão por toda a parte, podem ser usados no Círculo Ártico, região que tem visto sua navegabilidade aumentar nos últimos anos e onde a utilização do GPS dos satélites é deficiente.
Fonte: Exame Informática