MP avança no uso de geoinformação para instruir procedimentos extrajudiciais

O presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente (CMA) do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), conselheiro Rinaldo Reis, apresentou proposta de recomendação para que o Ministério Público brasileiro utilize geoinformação, dados de sensoriamento remoto, sistemas e plataformas de informações obtidas por satélite em conjunto com os demais elementos de prova, sempre que possível, para a investigação e instrução de procedimentos extrajudiciais. A apresentação ocorreu no dia 13 de junho, durante a 9ª Sessão Ordinária de 2023.

Durante a apresentação da proposta, o conselheiro Rinaldo Reis destacou que a recomendação “tem o objetivo de fomentar um trabalho de defesa do meio ambiente mais moderno e eficiente, com a utilização da geotecnologia já disponível e acessível ao Ministério Público brasileiro. Sabemos que o desenvolvimento tecnológico de atividades operacionais, no campo da observação da Terra, é essencial para a proteção da natureza. Portanto, a recomendação que apresento hoje estimula e legitima a utilização de plataformas de compartilhamento de dados geoespaciais, que permitem o acesso facilitado a informações relevantes sobre o meio ambiente e o uso da terra no Brasil”.

Gostou desta notícia? Clique aqui e receba na hora pelo WhatsApp

Leia mais:

MPF: dado ambiental deve ser pedido ao registro de imóveis

MPF quer que Incra abra dados de regularização fundiária de quilombos

MP do Tocantins usa imagens de satélite para apurar desmatamento ilegal

Reis salientou que o diferencial dessas plataformas é que “elas integram diversos dados (como alertas de desmatamentos, queimadas, dados do cadastro ambiental rural, informações relacionadas a resíduos, saneamento, áreas de risco, recursos hídricos, entre outros) que atualmente já existem em sistemas públicos e em plataformas de uso restrito para órgãos de investigação”.

O conselheiro complementou que o CNMP, por meio da Comissão do Meio Ambiente, trabalha com foco nessa temática e já firmou diversos acordos de cooperação técnica com importantes instituições para a disponibilização da tecnologia de monitoramento remoto e de plataformas de dados. “Assim, os sistemas e as ferramentas tecnológicas de monitoramento remoto estão cada vez mais acessíveis ao Ministério Público e aos órgãos públicos de fiscalização e proteção ambiental por meio de parcerias realizadas com o Conselho. Alguns exemplos são os acordos firmados entre o CNMP e o Sistema do Cadastro Ambiental Rural, do Serviço Florestal Brasileiro, e a adesão à Rede Brasil Mais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre outros. Os sistemas apresentam, cada vez mais, um formato claro, objetivo e sintetizado para o usuário da tecnologia”.

Próximo passo

De acordo com o Regimento Interno do CNMP, a proposta de recomendação será distribuída a um conselheiro, que será designado relator.

Por Conselho Nacional do Ministério Público

Veja também

Entrevistas e Artigos

Hélio Gouvêa Prado: “Sou favorável à recriação de uma Concar ágil e efetiva”

Para o engenheiro cartógrafo Hélio Gouvêa Prado, presidente da Sociedade Brasileira de Cartografia, Geodésia, Fotogrametria e Sensoriamento Remoto (SBC), é fundamental que haja uma coordenação da cartografia nacional, o que se refletiria em um melhor planejamento e execução da atividade, além de em uma racionalização de contratações e aquisições nos

Não perca as notícias de geoinformação