A invasão da Ucrânia, que já vai na sua segunda semana, e as tensões provocadas pelo isolamento da Rússia, fruto da maior ação coordenada de sanções econômicas até hoje implementada contra um país, não estariam, segundo a NASA, afetando os trabalhos na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), que funciona em regime de colaboração entre cientistas de EUA e Rússia. Mas a agência espacial americana afirmou que busca soluções que mantenham a ISS em órbita sem a ajuda dos russos.
“Operamos pacificamente no espaço agora. Não temos indicações a nível operacional de que nossos homólogos não estejam empenhados em continuar as operações em curso” na ISS, disse a administradora associada da Nasa, Kathy Lueders, durante uma coletiva de imprensa, esta semana. Segundo ela, as equipes americanas e russas “seguem conversando entre si” e “trabalhando juntas”.
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A Rússia é fundamental para o bom funcionamento da Estação, já que eventuais correções de órbita são feitas graças aos sistemas de propulsão de naves russas. Mas a Nasa, está “avaliando a situação”, segundo Lueders, que citou negociações com a Northrop Grumman e a SpaceX, duas empresas cujas naves espaciais já vão para a ISS.
Na semana passada, em uma série de postagens pesadas no Twitter, o diretor da agência espacial russa Dmitry Rogozin acusou os EUA de quererem “destruir” a cooperação em torno da Estação. “Quem salvará a ISS de uma saída descontrolada de órbita e de cair sobre os Estados Unidos ou sobre a Europa?”, sugeriu ele em um tom perturbadoramente ameaçador.
Em uma reação imediata às sanções europeias impostas à Rússia, a agência espacial russa Roscosmos anunciou neste fim de semana a suspensão de seus lançamentos da base espacial Kuru, na Guiana Francesa.
Concluída e 2011 após 13 anos de instalação, a ISS é, na verdade um laboratório de pesquisas científicas em órbita da Terra, oferecendo um ambiente de longo prazo onde estudos podem ser conduzidos por décadas. Na ISS já foram realizados diversos experimentos em uma enorme variedade de campos de pesquisa, como astrobiologia, astronomia, medicina espacial, ciências da vida, física, física de materiais, clima espacial e meteorologia da Terra.
Fonte: Swissinfo com AFP