Na última quarta-feira, 11 de outubro, o Senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) protocolou um projeto de lei (PL) que tem como objetivo a criação do Programa de Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Posicionamento Global, o GPS brasileiro, seguindo o exemplo de outros países que já estabeleceram suas próprias plataformas.
Valentim destaca a importância desse programa diante da relevância do Sistema de Posicionamento Global, conhecido como GPS, em setores cruciais da economia e da defesa nacional, como a aviação, agricultura de precisão, transporte e marketing direcionado.
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Segundo o senador, Estados Unidos, Europa, Rússia e China possuem seus sistemas de posicionamento global para garantir soberania, autonomia e segurança, e o Brasil, devido à sua vasta extensão geográfica, importância geopolítica e aos desafios relacionados à região amazônica, deve também assegurar um sistema nacional de posicionamento, não ficando dependente de outras nações.
O projeto de lei propõe que o Estado promova a capacitação tecnológica, a autonomia e o uso seguro de sistemas de posicionamento global no território brasileiro. O acesso ao Sistema Brasileiro de Posicionamento Global será gratuito e aberto a todos os cidadãos e instituições do país, garantindo igualdade de oportunidades e disseminação da tecnologia.
Valentim reconhece que o desenvolvimento desse sistema é um desafio de longo prazo, exigindo investimentos substanciais e diplomacia, mas acredita que os benefícios gerados para diversos setores da economia e da sociedade ao longo do tempo justificarão os investimentos.
Além disso, o Brasil já está avançando em sua capacidade de produção e lançamento de satélites, com iniciativas como o Programa Constelação Catarina e o Consórcio Catarina, que planejam a criação de treze satélites para monitoramento climático, prevenção de desastres naturais e aprimoramento das previsões agrícolas.
A relevância de um sistema nacional de posicionamento é ainda mais evidente quando se consideram as interferências na captação de imagens e transmissão de sinais eletromagnéticos na região do Brasil, que levam a imprecisões nas localizações fornecidas pelo GPS. Portanto, a busca por soluções internas é crucial para atender às necessidades específicas do país.
Julio Shidara, presidente da AIAB (Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil), e Jadir Gonçalves, vice-presidente e coordenador do Comitê de Espaço da Associação, elogiaram a iniciativa do senador Valentim. Eles destacaram que a interrupção do sistema GPS poderia afetar infraestruturas críticas, como o grid elétrico brasileiro, tornando o desenvolvimento de um GPS brasileiro uma necessidade para a soberania do país. Jadir Gonçalves também ressaltou a importância de utilizar tecnologias e equipamentos já dominados pela indústria nacional no projeto.
Com informações da AIAB