PronaSolos consolida rede nacional para mapear solo até 2048

O Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos) reuniu a equipe do projeto estruturante desenvolvido no âmbito do programa, que estruturará o conhecimento sobre os solos brasileiros. O projeto, coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e financiado pela Finep/MCTI por meio do CT-Agro, tem como objetivo estabelecer uma rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação para ampliar a capacidade nacional em relação aos recursos naturais solo, água e biodiversidade.

O PronaSolos mobilizará centenas de especialistas nas próximas décadas para investigar, documentar, adquirir novos dados, realizar inventários e interpretar os dados sobre solos brasileiros. A meta é ter todo o território nacional mapeado até 2048, em escalas que variam de 1:25.000 a 1:100.000, permitindo aplicações em níveis municipal e local.

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O projeto recebe um investimento total de R$ 11,9 milhões, com duração de dois anos e possibilidade de prorrogação. Mais de 150 especialistas estão envolvidos em 10 metas e 41 atividades e entregas. Diversas instituições participaram ativamente das discussões do workshop, incluindo a Embrapa Solos, Embrapa Cerrados, Embrapa Agricultura Digital, Embrapa Instrumentação, Serviço Geológico do Brasil (SBG), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), além de representantes da Finep, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Além das apresentações técnicas do projeto, foram discutidas questões legais e de governança para a consolidação da rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação, bem como a criação de um fundo de apoio ao PronaSolos.

O workshop foi conduzido por Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, chefe-geral da Embrapa Solos e coordenadora geral do projeto. Ela ressaltou que o Brasil não realiza levantamentos sistemáticos de solos desde a década de 1980 e que os dados utilizados atualmente foram gerados décadas atrás, em escalas que não atendem às necessidades do país. A falta de conhecimento detalhado dos solos brasileiros dificulta a tomada de decisões no setor agrícola.

Clenio Pillon, Diretor Executivo de Pesquisa e Inovação da Embrapa, destacou que o PronaSolos é um programa estruturante de grande importância para o Brasil. Além de contribuir com o conhecimento dos solos, o programa subsidiará a formulação de políticas públicas, melhorando a gestão e o ordenamento territorial de forma sustentável.

Durante o workshop, também foram abordados aspectos jurídicos da governança de solos no Brasil, experiências em bases de dados e interoperabilidade. Os participantes discutiram o desafio de padronizar e integrar os dados existentes e os novos dados gerados pelo PronaSolos, visando facilitar o acesso e a troca de informações entre as instituições.

O PronaSolos já possui uma plataforma tecnológica, lançada em 2020, que disponibiliza uma vasta base de dados e informações de solos existentes no país. O desafio agora é promover a padronização e a interoperabilidade dos dados, seguindo os padrões internacionais.

Com o PronaSolos, o Brasil busca conhecer melhor seu território e seus solos, visando aprimorar a gestão dos recursos naturais e garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade da agricultura brasileira. O programa é considerado estratégico tanto para o país quanto para o planeta, pois contribui para a formulação de políticas públicas, o planejamento ambiental, a estrutura logística, o acesso a crédito e o enfrentamento das mudanças climáticas.

Com informações da Embrapa

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