Satélites entram na luta contra ilhas de calor urbanas

ilhas de calor urbanas
Ilhas de calor urbanas: os mapas de Nova York mostram que as zonas mais quentes têm menos vegetação – imagem: satélite Landsat da NASA/USGS

Ilhas de calor urbanas não são um fenômeno novo. Desde os tempos dos termômetros de mercúrio, há mais de dois séculos, observadores do clima já notavam que as cidades tendem a ser mais quentes do que as áreas rurais vizinhas. Mas, com o clima atingindo extremos, hoje, essas situações estão chamando mais a atenção e preocupando as autoridades.

A Prefeitura de Nova York, por exemplo, está usando imagens de satélite para mapear essas ilhas e atuar de maneira preventiva. O programa Cool Neighborhoods NYC prevê o plantio estratégico de árvores e outros tipos de vegetação para aumentar a sombra e a evapotranspiração, que resfria a área circundante. Além disso, debate saídas como pintura de telhados e pavimentos em cores claras para refletirem mais a energia solar.

O programa utiliza imagens dos satélites Landsat que estão entre as melhores ferramentas para monitorar as variações térmicas de ilhas de calor urbanas, segundo artigo na The Conversation assinado por Daniel P. Johnson, professor associado de Geografia da IUPUI (Indiana University – Purdue University Indianapolis). 

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De acordo com o trabalho de Johnson, existem dois tipos de ilhas de calor urbanas: as atmosféricas, que são simplesmente o ar mais quente das áreas urbanas em relação ao ar mais frio de locais distantes, e as de superfície, efeito provocado pelos materiais largamente encontrados em áreas urbanas (como asfalto, concreto e metal), que absorvem de maneira muito eficaz o calor do Sol e o devolvem para o entorno. 

Johnson classifica o emprego de satélites na identificação dessas ilhas de calor urbanas como um dos melhores exemplos de medições baseadas em equipamentos orbitais para monitorar e implementar respostas a ameaças contra a saúde pública. E salienta que os satélites conseguem medir o fenômeno com grande detalhe.

“Por exemplo, as zonas industriais e comerciais estão frequentemente entre as áreas mais quentes das cidades. Elas normalmente têm menos árvores para resfriar o ar e mais pavimentos e edifícios para reter e irradiar calor”, explica o geógrafo, acrescentando que certos tipos de configuração urbana aumentam o problema, como casas próximas umas das outras, mais estradas e calçadas e menos espaço verde, construções de alvenaria (que retêm mais calor), zonas com muitos prédios e a clássica combinação do centro comercial cercado por estacionamento.

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