Começaram esta semana e devem durar até sexta-feira (25) da próxima dois projetos-piloto de mapeamento de risco em áreas turísticas conduzidos por técnicos do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM). A ação avaliará os cânions do Xingó, em Canindé de São Francisco, divisa de Sergipe e Alagoas, e do Poti, no Piauí. O objetivo dos trabalhos é desenvolver uma metodologia de identificação de áreas de risco e prevenir acidentes como o ocorrido em Capitólio (MG), em janeiro. Nos próximos meses, as vistorias devem continuar, com avaliações nas regiões da Serra da Canastra (MG) e na áreas de cachoeiras do município de Presidente Figueiredo (AM).
Os pesquisadores do SGB-CPRM utilizarão equipamentos de imagem e aparelhos cartográficos de localização, como câmeras fotográficas, drones e bússolas. Após os estudos, um relatório técnico será emitido aos gestores estaduais com orientações para adoção de medidas de proteção.
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O trabalho do SGB-CPRM no cânion do Xingó foi um pedido dos próprios governos sergipano e alagoano e será acompanhado por técnicos das secretarias de Meio Ambiente, Turismo e de Defesa Civil dos dois estados, que indicarão os pontos de maior concentração de turistas. A área é muito frequentada, sobretudo depois de 1988, quando a barragem da hidrelétrica do Xingó encheu pela primeira vez, garantindo a formação de piscinas naturais e cobrindo as perigosas corredeiras que havia no local.
Já no Cânion do Poti, por medidas de segurança, as atividades de passeio ecoturístico estão suspensas desde 11 de janeiro. A operação é inédita e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semar) também vai acompanhar a vistoria, ao lado do Corpo de Bombeiros do Piauí. Os principais pontos de riscos já foram identificados previamente por técnicos da Semar.
De acordo com Maria Adelaide Mansini Maia, chefe da Divisão que cuida de projetos de Geodiversidade, Levantamento Geoquímico e Patrimônio Geológico, áreas geoturísticas não eram atendidas pela setorização de áreas de risco geológico por não possuírem moradores. Esse trabalho identifica e caracteriza porções urbanizadas dos municípios sujeitas a sofrer perdas ou danos causados por enchentes, inundações, deslizamentos, erosões, dentre outros eventos adversos de natureza geológica.
Desde 2012, o SGB-CPRM ligado ao Ministério de Minas e Energia, já mapeou mais de 1.700 municípios em todo o Brasil. Os estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Santa Catarina e Espírito Santo foram 100% mapeados. O órgão é o responsável por produzir mapas que auxiliam na prevenção, mitigação, preparação e recuperação de desastres de origem geológica, integrando União, Estados e Municípios, de acordo com as diretrizes e objetivos estabelecidos pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (Lei Nº 12.608/2012).
Fontes: Cada Minuto e Governo do Piauí