SGB-CPRM atualiza áreas de risco geológico em Porto Alegre

risco geológico
Técnicos da SGB-CPRM visitaram o Arroio Passo das Pedras, área de risco geológico na capital gaúcha.

Até o fim do ano, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) vão prosseguir no trabalho de vistoria técnica iniciados na semana passada para a atualização do mapa de áreas de risco geológico de Porto Alegre (RS). A iniciativa conta com a colaboração da Defesa Civil do Estado, que estima aumento da população em áreas de risco em comparação ao último levantamento, realizado em 2013, quando foram identificados 44 mil famílias vivendo em 119 áreas de risco – dez delas consideradas risco muito alto.

“Temos planos para cada situação, para cada bairro e para cada tipo de risco. Temos áreas que eram de risco e não são mais. Outras que são, mas não estão no mapeamento de 2013. Vai mudar essa fotografia. Trabalhamos com a expectativa de aumento no número dessas áreas”, afirma ao Correio do Povo o coordenador da Defesa Civil da Capital, coronel Evaldo Rodrigues.

Até agora, técnicos já realizaram saídas a campo para diversos bairros onde áreas de riscos foram detectadas no passado, fazendo uma revisão da setorização de risco da cidade. As análises em campo continuarão ao longo de todo ano, e um novo relatório deve ser entregue em 2023. Depois, os órgãos locais, como a Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária, ficarão responsáveis pelo mapeamento e pela contagem das famílias sob risco. A Defesa Civil municipal, por exemplo, pauta suas ações de emergência e faz planos de contingência de desastres com base nesse relatório.

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De acordo com especialistas em geociências, o trabalho é importante para a melhor compreensão do crescimento de Porto Alegre na última década, sobretudo em relação ao ordenamento urbano e ao surgimento de novas áreas de risco. Os pesquisadores da Divisão de Geologia Aplicada poderão ainda validar a metodologia empregada em 2013 e implementar melhorias para setorização do risco.

Desde o início de março, diversos órgãos da Prefeitura de Porto Alegre estão discutindo a atualização do mapa de áreas de risco da cidade e definindo os passos mais importantes para a realização do trabalho.

Risco geológico no Arroio Passo das Pedras

A atualização do risco geológico da cidade é um fator crucial para prevenir desastres e perdas de vidas. Como as chuvas do dia 6 de dezembro na capital gaúcha, que provocaram uma brusca inundação no Arroio Passo das Pedras, um afluente do Arroio Sarandi que faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí.

Segundo os moradores da comunidade de mesmo nome, inundações são frequentes no local e acontecem de forma brusca e com muita força. O Arroio Passo das Pedras já havia sido identificado como área de risco pelo SGB-CPRM em visitas feitas em 2013 e 2017. Nessas ocasiões, foram apontados vários problemas: uma área de risco alto, com intensa ocupação das margens do arroio com risco de enchente/inundação, deposição de resíduos junto às margens e no leito da drenagem, casas com acesso por precários pontilhões de madeira e forte processo de erosão nas margens, situação que ocorre até hoje no local.

Os pesquisadores recomendaram medidas de intervenção para limitar a construção de novas moradias no local e remover as que lá estão, sobretudo as que se encontram junto às margens. Sugeriram ainda a retirada preventiva em período de evento climático extremo, a instalação de cercas e placas de sinalização, um trabalho constante de vistoria nas áreas restritas à ocupação e o lançamento de uma campanha de Educação Ambiental para uma adequada deposição de resíduos.

Fonte: Serviço Geológico do Brasil e Correio do Povo

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