Startup quer mapear gap digital das prefeituras

Imagem: Fanjianhua – Freepik

Com a experiência de já ter atuado em mais de 150 cidades, a govtech (startup com soluções para gestão pública) Gove acaba de lançar uma plataforma digital para medir o acesso das 5.570 prefeituras do país a soluções tecnológicas. A participação no Diagnóstico de Transformação Digital Municipal é voluntária, mas pode servir de base para que os municípios avaliem sua capacidade de adequação à Lei do Governo Digital, já em vigor.

A última pesquisa sobre digitalização das administrações municipais foi realizada em 2019 pelo Cetic, órgão ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil, com resultados fracos. Apenas 21% das prefeituras tinham alguma estratégia de digitalização, 22% contavam com planos de segurança de dados e só 16% usavam algum tipo de sistema de organização de dados para subsidiar a tomada de decisões.

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A plataforma da Gove baseia-se em um questionário com metodologia internacional para que as prefeituras informem dados sobre seu grau de digitalização. Os gestores já podem responder o questionário, que ficará disponível até 31 de dezembro neste link. O resultado é um relatório com o grau de maturidade digital da cidade em seis dimensões (capacidade institucional, dados, foco no usuário, pessoas e competências, infraestrutura e serviços digitais), além de sugestões para um plano de ação. É possível também comparar a situação digital do município com médias de grupos de cidades (de mesma dimensão, vizinhas, do mesmo estado ou do país).

A plataforma vai permitir que os municípios cruzem informações com outros bancos de dados, identificando, por exemplo, empresas não formalizadas que não pagam impostos municipais, linhas de financiamento desconhecidas dos gestores locais ou fornecedores que cobram preços menores em cidades vizinhas, ajudando a tornar licitações mais competitivas.

Segundo os responsáveis da Gove, cada R$ 1 investido pelas cidades nessa gestão de dados gera R$ 10,4 a mais no caixa da Prefeitura, anualmente. “Estamos falando de dinheiro que pode ser reinvestido em serviços públicos diretos ao cidadão”, afirma a O Globo Ricardo Ramos, um dos sócios-fundadores da empresa.

“As govtechs vêm para resolver ineficiências no setor público. Não acho que dinheiro seja a principal barreira”, diz Ramos, explicando que a baixa digitalização das cidades pequenas tem relação com dificuldades orçamentárias e estruturais, mas também com restrições burocráticas para investir em inovações: “No Brasil, 90% das cidades têm menos de 50 mil habitantes. São lugares em que não só a infraestrutura é limitada, mas a cultura das pessoas ainda não está conectada à tecnologia no dia a dia”.

Fonte: O Globo

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