A Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Abrasat) divulgou nesta semana uma carta aberta pedindo que o decreto do Ministério das Comunicações (MCom), que irá regulamentar a implementação da TV 3.0 no Brasil, contemple também a transmissão por satélite. Segundo a entidade, a inclusão dessa tecnologia é fundamental para garantir o alcance do novo padrão televisivo a regiões que hoje dependem da recepção via satélite, o que representa cerca de 15 milhões de domicílios.
Para a Abrasat, o uso do satélite seria uma evolução natural, especialmente após o crescimento da tecnologia de recepção em banda Ku (TVRO). A associação defende a adoção de receptores compatíveis com o padrão UHD da TV 3.0, que permitiriam a recepção em alta definição e com novos recursos, como som imersivo e personalização de conteúdo, mesmo em áreas remotas. Além disso, a infraestrutura já disponível e a cobertura nacional imediata são apontadas como vantagens frente à implantação gradual da TV terrestre.
A entidade também destacou o potencial técnico do modelo satelital, que, ao operar em formato IP, poderia facilitar a entrega de conteúdos em 4K, além de serviços interativos e sob demanda. Tecnologias como o DVB-NIP (DVB Native IP) são citadas como alternativas viáveis para viabilizar essa integração, com compatibilidade tanto com canais abertos quanto com plataformas de streaming. A transmissão híbrida, segundo a Abrasat, permitiria maior flexibilidade na combinação entre satélite, Internet e broadcast.
Na avaliação da associação, a construção simultânea dos modelos terrestre e satelital da TV 3.0 tornaria o processo mais eficiente e menos desigual, evitando que milhões de brasileiros fiquem excluídos das inovações prometidas pela nova geração da televisão digital. A Abrasat conclui defendendo um esforço conjunto entre o governo, emissoras, operadoras e fabricantes para garantir uma transição mais inclusiva e tecnológica.
Com informações da Abrasat