A partir de novembro, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) inicia a operação de uma plataforma de certificação de energia renovável que utiliza a tecnologia blockchain para aprimorar a segurança e confiabilidade na emissão de certificados de energia limpa. O sistema, desenvolvido pela CCEE, busca atrair investimentos para o setor de descarbonização ao garantir que cada certificado emitido seja único e sustentado por fontes renováveis.
A plataforma não atuará como concorrente das atuais emissoras de certificados internacionais, os RECs, mas sim como suporte, oferecendo aos certificadores uma camada adicional de segurança. Essa solução visa evitar a dupla contagem de energia certificada, um problema enfrentado pelo setor, através de rastreabilidade de cada certificado emitido. No lançamento da plataforma, realizado em 29 de outubro, o presidente do conselho da CCEE, Alexandre Ramos, afirmou que o projeto “valida e assegura a integridade da certificação das fontes renováveis no Brasil”.
Para emitir um certificado REC, os certificadores se registram na plataforma e estabelecem contratos com geradores de energia renovável. Mensalmente, a plataforma verifica o montante de energia gerada e valida cada lote de certificados emitidos. Por meio de uma função criptográfica conhecida como “hash”, um identificador exclusivo é gerado e registrado em blockchain, impedindo que a mesma energia seja utilizada em outros certificados.
A nova plataforma, que passará por testes a partir de novembro, deve iniciar o registro de certificados em janeiro de 2025. A CCEE projetou a expansão do sistema, incluindo conexões por APIs com fornecedores de software, para facilitar o crescimento do mercado de certificação. Atualmente, cerca de 93% da eletricidade no Brasil é proveniente de fontes renováveis, mas apenas uma pequena parcela é certificada. Em 2023, esse percentual atingiu 6,9%, e a expectativa é que possa alcançar até 50% nos próximos anos.
Ramos destacou que a plataforma representa um avanço estratégico, “um diferencial para o desenvolvimento econômico e um impulso para que o Brasil assuma posição de liderança na transição energética global”.
Com informações de Folha de S. Paulo e MegaWhat