O Censo Demográfico de 2022 revelou um panorama significativo das localidades quilombolas no Brasil. Foram identificadas 8.441 localidades quilombolas, associadas a 7.666 comunidades. A região Nordeste concentra a maioria dessas localidades, representando 63,81% do total, com o Maranhão liderando com 2.025 localidades. Este levantamento proporciona uma visão detalhada da distribuição geográfica dessa população, permitindo a implementação de políticas públicas mais eficazes.
As localidades quilombolas são caracterizadas por aglomerados permanentes de habitantes quilombolas. Para serem reconhecidas como tal, devem estar relacionadas a uma comunidade quilombola e ter, no mínimo, 15 pessoas declaradas quilombolas, com domicílios a no máximo 200 metros de distância entre si. Esta definição padronizada facilita a identificação e o mapeamento dessas comunidades, garantindo a confidencialidade das informações étnico-raciais e permitindo uma representação precisa da distribuição espacial das localidades.
O levantamento do Censo 2022 destaca que o Maranhão possui 24% das localidades quilombolas do país. A Bahia e Minas Gerais seguem na lista com 1.814 e 979 localidades, respectivamente. Essa distribuição reflete padrões históricos e culturais de organização espacial, especialmente em áreas rurais. A quantidade de localidades pode ser influenciada pela dispersão da população quilombola, que tende a formar pequenos aglomerados, aumentando assim o número de localidades identificadas.
O mapeamento das localidades quilombolas, embora não substitua o Cadastro Nacional das Comunidades Quilombolas, oferece um complemento valioso para aprimorar esse cadastro. O IBGE conseguiu mapear a distribuição das localidades quilombolas em cada município, proporcionando um novo nível de detalhamento geoespacial. Este mapeamento permite uma análise mais aprofundada da concentração e dispersão dessas comunidades, auxiliando na formulação de políticas públicas direcionadas e no desenvolvimento de pesquisas nas áreas de demografia, antropologia e geografia.
A região Nordeste, com a maior população quilombola entre as grandes regiões, abriga a maior parte das localidades identificadas. O Sudeste e o Norte seguem com uma quantidade significativa de localidades quilombolas. Esse mapeamento geoespacial está disponível em formatos adequados para sistemas de informações geográficas, permitindo visualizações interativas e detalhadas. Essas ferramentas são essenciais para entender a distribuição dessas comunidades e apoiar ações governamentais e sociais.
Com informações do IBGE