O GPS, presente em celulares, carros e serviços de entrega, continua operando com uma margem de erro que pode chegar a vários metros, especialmente em áreas urbanas densas ou com muitos obstáculos físicos. Essa imprecisão costuma ser aceitável para a navegação do dia a dia, mas é um problema em aplicações que exigem localização mais exata, como carros autônomos, drones, robôs e operações industriais. Na China, empresas de tecnologia vêm investindo em uma alternativa para reduzir essas falhas: a tecnologia RTK (Cinemática em Tempo Real), tratada como um passo adiante em relação ao sistema de navegação por satélite tradicional.
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O RTK não substitui o GPS, ele corrige o que o GPS não consegue entregar sozinho. Em vez de usar apenas o sinal dos satélites, o sistema combina essas informações com dados de estações de referência em solo e, no caso chinês, com redes 5G de baixa latência. A MediaTek e a Xiaomi, em parceria com a operadora China Telecom, anunciaram testes que apontam para uma precisão na casa dos centímetros, com tempos de resposta de poucos segundos. Na prática, a ideia é reduzir o “ruído” típico do GPS tradicional, aproximando a posição calculada da posição real e tornando o posicionamento mais estável em situações críticas.
Superar as limitações do GPS interessa especialmente a setores que não podem conviver com erros de vários metros. No caso de veículos autônomos, por exemplo, a diferença entre estar na faixa de rolamento correta ou na calçada não pode depender de um sistema sujeito a variações de sinal. Em grandes cidades, onde edifícios altos, viadutos e outros obstáculos prejudicam o desempenho do GPS, um posicionamento corrigido em tempo real pode mudar a forma de planejar rotas de transporte, operar serviços de entrega e gerenciar frotas em escala urbana.
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A tecnologia RTK não é nova: há anos é usada em agrimensura, agricultura de precisão e obras de engenharia. A novidade agora é o esforço de grandes empresas para levá-la ao mercado de consumo, integrando-a a smartphones, carros conectados e infraestruturas urbanas apoiadas em redes 5G. A proposta é reduzir a dependência de um GPS com limitações conhecidas e abrir espaço para aplicações que exigem localização muito mais fina. Ainda em desenvolvimento, o RTK recoloca em discussão quais tecnologias de navegação vão sustentar a próxima geração de serviços digitais, mobilidade conectada e automação nas cidades.
ISSN 3086-0415, edição de Luiz Ugeda.

