Um novo sistema de monitoramento de bois com chips está sendo utilizado por pecuaristas da Amazônia para identificar a carne livre de desmatamento. A iniciativa é fruto de acordo entre o Ministério Público Federal (MPF) e frigoríficos da região.
Desenvolvido pela empresa de geotecnologia Niceplanet e a certificadora SBcert, o projeto de rastreabilidade com tecnologia geoespacial já foi adotado em cerca de 150 frigoríficos e fazendas. Ele inclui o uso de chips e brincos aplicados às orelhas que identificam de qual lugar veio cada animal.
Também chamado de “CPF do boi”, o programa permite que o criador insira dados do gado como data de nascimento, peso e fazenda em que o animal nasceu no sistema SMGeo Indireto. Cada chip/brinco possui numeração cadastrada no Sistema Brasileiro de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (Sisbov) do Ministério da Agricultura.
Ao entrar no SMGeo Indireto, o comprador também consegue verificar a situação ambiental, fundiária e trabalhista do criador, já que essas informações são vinculadas ao número de cada boi. Caso não haja nenhum bloqueio à fazenda, indicando que ela está em uma área livre de desmatamento, a comercialização segue normalmente.
Quanto custa o sistema?
A iniciativa de rastreabilidade de bois com tecnologia geoespacial citada na reportagem depende do uso de chips/brincos que custam R$ 7 por animal, da certificação cujo valor é de R$ 13 para cada boi e do bastão eletrônico para a leitura dos dados com preço estimado em R$ 5 mil. Também são necessários os bretes ou troncos.
Essas estruturas ajudam a segurar os animais durante a aplicação dos acessórios, podendo custar de R$ 20 mil a R$ 100 mil. A solução atende principalmente os grandes pecuaristas, mas também há alternativas mais simples e baratas para os pequenos produtores, como a rastreabilidade com brinco e tatuagem.
Sistemas como esse são essenciais para quem vende carne para os países da União Europeia, que serão proibidos de comprar produtos de áreas de desmatamento a partir de 2025. A China também deve adotar medida semelhante, após criar regras para o setor em 2021 que ainda não entraram em vigor.
Com informações do G1