Geoauditoria: A Inteligência Espacial como Ferramenta para o Controle Público

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Jorge Filho, auditor da Controladoria-Geral da União (CGU), defende que a inserção de profissionais da geoinformação nas equipes de auditoria interna representa uma grande oportunidade para ampliar a qualidade dos processos de fiscalização. O tema ganhou destaque após a divulgação, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), de avanços no uso do geoprocessamento no projeto Geocontrole. A tecnologia tem sido aplicada em setores estratégicos como educação, infraestrutura e saúde, demonstrando seu potencial para aprimorar a fiscalização pública.

A principal dificuldade para a adoção dessas ferramentas, segundo Jorge, é a escassez de profissionais especializados. Dados do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo indicam que, em 2018, havia apenas 1.569 especialistas em geoinformação registrados no CREA, enquanto o Brasil enfrentava um déficit de 17 mil geógrafos. A recente fusão das formações de Agrimensor e Cartógrafo resultou em um baixo número de novos engenheiros com essa especialidade. Essa carência torna desafiadora a internalização do geoprocessamento nas auditorias.

No entanto, Jorge argumenta que os profissionais da geoinformação podem ir além do mero apoio técnico, adotando uma abordagem mais estratégica dentro das auditorias. Ele propõe a transição do modelo tradicional de análise documental para o conceito de “GeoAuditoria”, no qual a componente espacial é central para a avaliação da conformidade e da efetividade das políticas públicas. Como exemplo, cita a possibilidade de cruzamento de dados geográficos para verificar a localização real de beneficiários de assentamentos rurais, algo inviável pelos métodos convencionais.

Diante desse cenário, o auditor defende a necessidade de ampliar o uso da inteligência geográfica no setor público. O cruzamento de bases espaciais pode trazer ganhos significativos para auditorias em diversas áreas, como meio ambiente e programas sociais. Esta incorporação de geotecnologias nos órgãos de controle não seria apenas uma tendência, mas um caminho inevitável para aumentar a eficiência e a efetividade da fiscalização governamental.

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