Os novos modelos de inteligência artificial desenvolvidos pela OpenAI, como o o3 e o o4-mini, trouxeram avanços impressionantes no que diz respeito ao raciocínio visual, sendo capazes de deduzir a localização de uma fotografia mesmo quando esta não contém metadados geográficos. Ao analisar elementos visuais como arquitetura, vegetação, placas ou padrões urbanos, a IA consegue cruzar essas informações com dados disponíveis online e apontar com precisão onde a imagem foi captada.
Nas redes sociais, sobretudo em plataformas como o X, essa funcionalidade vem sendo usada de forma recreativa em desafios que simulam o jogo GeoGuessr, onde a IA é posta à prova para descobrir locais a partir de simples imagens. Ainda que esse uso pareça inofensivo, ele demonstra a capacidade dos sistemas atuais de ultrapassarem limites tradicionais na análise de dados visuais, o que acende alertas em relação à privacidade dos utilizadores.
Num cenário digital marcado pela partilha constante de imagens, essa tecnologia introduz um novo vetor de exposição. Fotografias publicadas sem qualquer marcação explícita podem, ainda assim, revelar informações sensíveis, como a localização exata de uma residência ou rotina pessoal. O potencial positivo da IA é inegável, mas exige uma reflexão crítica sobre os riscos associados à divulgação de conteúdos visuais no ambiente online.