Projeto Constelação Potiguar pretende inserir o Rio Grande do Norte na economia espacial

O Rio Grande do Norte deu início a um projeto que busca posicionar o estado no emergente setor da economia espacial brasileira. Batizado de Constelação Potiguar, o plano prevê o lançamento de uma rede de nanossatélites em órbita equatorial voltada à coleta de dados estratégicos sobre território, clima e infraestrutura. A proposta será apresentada oficialmente nos dias 29 e 30 de maio, durante o 1º Workshop da Constelação Potiguar, em Natal.

A iniciativa é coordenada pelo Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX-RN) e reúne instituições públicas e acadêmicas como a UFRN, UFERSA, UERN, IFRN, EMPARN, Marinha, INPE, Defesa Civil e Agência Espacial Brasileira (AEB). A ideia é usar pequenos satélites para criar uma infraestrutura de monitoramento capaz de apoiar setores como agricultura, segurança, logística e meio ambiente. A posição geográfica do estado, próxima à Linha do Equador, favorece a cobertura orbital da região Nordeste.

O projeto inclui ações em diferentes frentes: no plano central, será estruturada a arquitetura digital da chamada Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais, com a criação de centros de dados e um geoportal. No nível local, haverá ampliação da capacidade de mapeamento e georreferenciamento, com instalação de estações GPS e modernização do sistema de informações fundiárias. Um projeto-piloto será conduzido em Samarcanda com uso de modelos urbanos em 3D e cadastro de utilidades subterrâneas.

Segundo os organizadores, a proposta também tem potencial para induzir o desenvolvimento de startups e formar mão de obra qualificada no setor aeroespacial, aproveitando a estrutura de ensino e pesquisa já existente no estado. No entanto, a realização efetiva do projeto depende da consolidação de parcerias e do avanço no Procedimento para Seleção e Adoção de Missões Espaciais (ProSAME), etapa necessária para garantir financiamento e cronograma de lançamentos.

Com orçamento estimado em R$ 36 milhões ao longo de seis anos, o projeto busca recursos de fontes públicas e privadas, nacionais e internacionais. A expectativa é que o primeiro satélite seja lançado até 2027. Mais do que uma iniciativa isolada, o projeto se insere em um movimento mais amplo de descentralização da atividade espacial no Brasil, que passa a considerar novas regiões e arranjos institucionais fora do eixo tradicional Sudeste-Sul.

Veja também

Geo e Legislação

IBGE já está testando Censo 2022 na Ilha de Paquetá-RJ

O IBGE já está realizando, desde 1º de setembro, o primeiro teste de campo para o Censo 2022. Trata-se da Pesquisa Urbanística do Entorno, que vai até 30 de outubro, na Ilha de Paquetá, Baía de Guanabara (RJ). O recenseamento de casa em casa começou nesta segunda-feira (6) e termina