A geopolítica do dado

Ricard Martínez escreveu artigo no eldiario.es sobre “La geopolítica del dato”, abordando os desafios e as incertezas que a nova presidência dos Estados Unidos trouxe ao cenário global. No cerne da discussão está a soberania digital, um conceito que abrange o controle sobre as tecnologias da transformação digital, a regulação da geração de dados e as condições para sua reutilização com fins de pesquisa e inovação. Essa questão transcende fronteiras nacionais, impactando não apenas a Europa, mas também empresas e governos ao redor do mundo.

A administração norte-americana tem adotado uma postura de desregulação acelerada, especialmente no setor da inteligência artificial. Esse movimento contrasta com a abordagem regulatória da União Europeia, que prioriza a gestão de riscos e a proteção de direitos fundamentais. Martínez destaca que a política dos Estados Unidos reflete uma tendência mais pragmática e orientada à competitividade, enquanto a Europa reforça um modelo de controle estrito, que pode impactar negativamente sua competitividade global.

Outro ponto relevante é o impacto da flexibilização norte-americana no ecossistema de desenvolvimento tecnológico. A administração Trump, ao retirar regulações e incentivar investimentos públicos em IA, reforça um modelo que privilegia a rapidez e a eficiência, ainda que isso signifique riscos elevados aos direitos individuais. O autor alerta para a possibilidade de um “feudalismo digital”, onde a sociedade algorítmica se torna uma ferramenta de manipulação emocional e de erosão das democracias.

A assimetria entre os modelos regulatórios também se reflete na capacidade de inovação. Nos Estados Unidos, o mercado impulsiona o desenvolvimento tecnológico, enquanto na Europa a exigência de conformidade regulatória pode retardar o lançamento de produtos e dificultar a competitividade das empresas locais. O autor sugere que a insistência em uma abordagem regulatória excessivamente rigorosa pode comprometer o avanço tecnológico europeu, tornando mais vantajoso para startups e talentos migrar para o ecossistema norte-americano.

No desfecho do artigo, Martínez questiona se as autoridades reguladoras da Europa compreendem o impacto de suas decisões na geopolítica do dado. Ele sugere que, sem uma revisão das estratégias regulatórias, o bloco pode perder sua relevância na disputa pela soberania digital. A batalha, segundo o autor, não será apenas travada entre governos e corporações, mas também nos escritórios dos reguladores que definem as regras do jogo no novo cenário digital global.

Para ler o artigo completo, acesse aqui.https://www.eldiario.es/comunitat-valenciana/opinion/geopolitica-dato_129_12103157.html

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